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Antes do clássico Gre-Nal de segunda-feira (15) pelo Brasileirão Feminino, as Gurias Coloradas e Gremistas realizaram um protesto em conjunto contra o ex-técnico do Santos, Kleiton Lima. Elas se uniram com mãos na boca e nos ouvidos como forma de manifestação contra o assédio no futebol feminino.
As jogadoras fizeram isso em alusão às denúncias envolvendo o treinador, que foi recontratado no início de abril, mas pediu demissão da equipe paulista na segunda, alegando que estava sendo ameaçado. Uma camisa com o número 19 foi segurada pelas atletas, por conta do número de acusações contra Kleiton Lima.
As Gurias Gremistas, já antes da bola rolar, tratavam do assunto em posts nas redes sociais com mensagens como "não vão nos calar" e "disque 180 e denuncie". Os protestos começaram no início da quinta rodada do Brasileirão Feminino, com jogadoras de outras equipes fazendo a mesma manifestação.
Após a manifestação, a bola rolou no campo do Sesc Protásio e o Grêmio venceu o Inter por 2 a 0. As Gurias Gremistas subiram na tabela, enquanto as Coloradas seguem na zona de rebaixamento.
Entenda o caso
Em setembro de 2023, o técnico Kleiton Lima se desligou do Santos após 19 denúncias de assédio sexual e moral relatadas através de cartas anônimas. Desde então, no entanto, o profissional nega as acusações e se diz inocente.
Neste ano, no início de abril, o treinador foi recontratado pelo Santos. O clube afirmou, por meio da coordenadora Thais Picarte, que "nada foi provado. Pelo contrário, foram argumentos extremamente fracos, frágeis e que trouxeram uma mancha desnecessária para a história do Santos".
A dirigente também disse que procurou as atletas que saíram do clube ao final da última temporada para falar sobre o caso: "Apurei a fundo com pessoas e atletas que saíram do clube". No entanto, nove dessas jogadoras — incluindo a zagueira Tayla, atualmente no Grêmio — se manifestaram refutando a procura do clube santista para investigar a situação.
Além disso, nesta sexta-feira (12), o ge.globo relatou uma nova denúncia de assédio contra o treinador. De acordo com a atleta, que falou ao portal, o técnico se esfregou nela dentro do ônibus, passou e a intimidou com o olhar.