A Seleção Brasileira Feminina terá, neste domingo (2), o último compromisso oficial antes da estreia na Copa do Mundo. O duelo amistoso contra o Chile, às 10h30min, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, será a despedida junto aos torcedores na véspera do embarque para a Austrália.
A partida, além do peso para os ajustes finais, é rodeada de outros elementos. Esta será a primeira amostragem da equipe após a lista de convocadas ter sido anunciada pela técnica Pia Sundhage. Ao todo, 26 nomes vão participar da preparação, mas três na condição de suplentes: a zagueira Tainara, a meio-campista Angelina e a atacante Aline Gomes.
A relação dos nomes trouxe algumas surpresas. Para agregar experiência ao elenco, a sueca chamou a goleira Bárbara, do Flamengo, e a zagueira Mônica Hickmann, do Madrid CFF Ambas não participaram de forma efetiva da montagem deste ciclo. O debate se estabeleceu já que, pelo critério, também haveria espaço para Cristiane, uma das maiores atletas da história da Seleção e que está atuando pelo Santos, mas que ficou de fora.
Cristiane se posicionou sobre a ausência. Fez questão de agradecer o carinho recebido por familiares, amigos, fãs e torcedores, e destacou a torcida para que o grupo possa fazer história na Oceania: "Confio plenamente na capacidade delas de trazer esse título para nosso país."
Do eterno trio, que já não tem Formiga e agora nem Cristiane, restou Marta. A atacante do Orlando Pride irá disputar o seu sexto Mundial. E mais do que isso. Talvez seja a última Copa da maior artilheira com a camisa do Brasil. Para que essa despedida seja à altura da rainha, o grupo já estabeleceu um "pacto": a busca do título será pela camisa 10.
— Estamos na mesma página. É muito importante poder brigar para trazer essa estrela não só para o Brasil, mas para coroar a carreira linda da Marta. Vejo como uma honra — contou a zagueira Mônica, gaúcha, ao podcast Resenha das Gurias, de GZH.
Inclusive, o nome de Mônica será o único que representará o Rio Grande do Sul com a camisa verde e amarela. A zagueira, que atua no futebol espanhol, recebeu a chance nos momentos finais da montagem da lista. Sem ser convocada desde 2019, ela foi chamada pela técnica para integrar um período de treinos na Granja Comary. Aos 36 anos, por sua experiência e com a disputa de dois Mundiais na bagagem, ganhou uma das vagas no sistema defensivo.
Como foi a Seleção Feminina em 2023?
No contexto geral, neste ano, a preparação do Brasil teve melhores resultados na Data Fifa de abril. Diante de equipes do top 4 da entidade máxima do futebol, o time não foi derrotado durante os 90 minutos. Contra a Inglaterra, umas favoritas para a Copa do Mundo, a perda do título da Finalíssima foi nos pênaltis. Diante da Alemanha, vice-campeã da Eurocopa, vitória por 2 a 1.
Em fevereiro, na disputa do torneio She Belives, venceu apenas uma partida, contra o Japão. Diante de Estados Unidos e Canadá foram derrotas por 2 a 1 e 2 a 0, respectivamente.
- 2 vitórias (contra Japão e Alemanha)
- 1 empate (1 a 1 no tempo normal; 5 a 4, nos pênaltis, para a Inglaterra)
- 2 derrotas (Canadá e EUA)
Os números de 2023 já apresentam uma situação melhor do que em comparação à preparação para a Copa de 2019, na França. Naquela edição, o time comandado por Vadão chegou ao torneio com nove derrotas seguidas.
A despedida em casa, com o apoio da torcida, é mais um incentivo para manter a sequência positiva visando a estreia no Mundial, no dia 24 de julho, às 8h (horário de Brasília), contra o Panamá, em Adelaide. No dia seguinte ao jogo, a delegação embarca para a Austrália para começar a trajetória em uma Copa do Mundo que promete ser histórica.
Como chega o Chile?
Pela frente, o Brasil terá uma adversária que vive processo de renovação. Desde a eliminação na repescagem para a Copa do Mundo, a seleção chilena está construindo um novo ciclo. Em maio, Luis Mena, ex-treinador do time feminino do Colo-Colo, foi anunciado como o novo comandante. O principal objetivo é a preparação para os Jogos Olímpicos de Santiago, no Chile.
Nesta partida em Brasília, a principal ausência é Christiane Endler. A goleira, uma das referências, ficou de fora da lista por uma decisão do técnico, que preferiu preservá-la em virtude da temporada desgastante pelo Lyon. Por outro lado, Ámbar Soruco e Fernanda Pinilla regressam à seleção após os problemas que tiveram com o ex-técnico José Letelier.