Um time sólido na defesa, com um meio-campo de luxo e que não se abate ao sofrer o primeiro gol. Desta forma a Croácia é definida pelos jornalistas que acompanham o dia-a-dia do adversário do Brasil no Catar. Por outro lado, os cronistas balcânicos relatam que a equipe de Zlatko Dalic não finaliza bem, sofre dificuldades na bola aérea e apresenta certo desgaste físico.
Com base em declarações dos repórteres croatas e dos próprios jogadores da Croácia, a reportagem de GZH mapeou três pontos fortes e três pontos fracos do próximo rival brasileiro na Copa do Mundo.
Pontos fortes:
1) Meio-campo de luxo
A principal força da Croácia está no meio-campo. O trio Brozovic, Kovacic e Modric possui técnica, entrosamento e se destaca nos atributos defensivos e ofensivos.
— É o principal ponto forte do time. O trio dita o rimo da equipe inteira. Luka Modric é a referência técnica, mas o Brozovic vem se destacando pela movimentação intensa. Contra o Japão, ele correu 16 quilômetros. E, contra o Brasil, os três vão precisar correr porque vocês têm jogadores muito bons — elogia o jornalista Ramic-Kovacic Dameo, da rede de rádio e televisão HRT, da Croácia.
2) Time de viradas
Na Copa 2022, a Croácia ainda não marcou o primeiro gol nenhuma vez. Mesmo assim, o time não perdeu nenhum jogo. Nas duas vezes em que saiu atrás no marcador, o time balcânico buscou ou o empate ou a virada. Foi assim na goleada por 4 a 1 sobre o Canadá, na fase de grupos, e no empate por 1 a 1, com vitória nos pênaltis, sobre o Japão. Nos bastidores, os jogadores elogiam a capacidade mental do time de não se abater quando sofre o gol.
3) Defesa sólida
É muito difícil fazer gol na Croácia. Em quatro jogos da Copa do Mundo, os croatas sofreram apenas dois gols, mesmo número da Seleção Brasileira. O time foi vazado apenas na vitória por 4 a 1 sobre o Canadá e no empate por 1 a 1 com o Japão.
Pontos fracos:
1) Insegurança na bola aérea
Apesar de ter sido o herói da classificação às quartas de final, tendo defendido três pênaltis contra o Japão, o goleiro Livakovic sofre críticas desde antes do Mundial pela insegurança ao sair do gol. Um fato sintomático é de que os dois gols sofridos pela Croácia na Copa foram de cabeça.
— O time precisa melhorar neste fundamento. Livakovic precisa ter mais confiança na bola aérea. Ele sofre críticas por ficar em baixo dos paus e não sair para interceptar bolas que às vezes o goleiro pode pegar — relata Damir Dobrinic, do diário esportivo croata Sportske Novosti.
A visão é compartilhada por Dameo.
— De fato, o Livakovic precisa melhorar na saída de gol. Mas eu atribuo isso mais à falta de confiança e acredito que ele adquiriu essa confiança no último jogo, ao pegar três pênaltis. E acho que precisamos melhorar também a marcação dos nossos laterais. Nós vamos bem na zaga, mas precisamos ter mais atenção com os laterais — complementa.
2) Desgaste físico
Este ponto fraco é específico para o momento atual. Em função da intensidade dos jogos contra Bélgica e Japão, a imprensa croata entende que o time de Zlatko Dalic estará mais desgastado do que a Seleção Brasileira, que poupou titulares contra Camarões e teve uma partida menos intensa contra a Coreia do Sul.
— A nossa principal dificuldade com certeza é o cansaço. Tivemos jogos duros e não pudemos fazer rodízio no elenco, até porque não temos tanta força no banco como o Brasil — pondera Dobrinic.
3) Erros nas finalizações
Este ponto é alertado pelos próprios jogadores da Croácia. Após a vitória nos pênaltis sobre o Japão, os atletas avaliaram que, se tivesse finalizado melhor, o time poderia ter conquistado a classificação no tempo normal.
— Temos que estar mais presentes na área. Estamos esperando muito e marcando poucos gols. No geral, o nosso time está jogando bem e de forma compacta, mas precisamos atacar com mais gente na área — disse o atacante Ante Budimir.
A opinião é endossada pelo meia-atacante Nikola Vlasic.
— Nós precisamos ser mais efetivos e caprichar mais nas finalizações. Contra o Japão, nós dominamos o jogo e poderíamos ter feito mais de um gol, evitando a prorrogação e a disputa por pênaltis. Poderíamos ter resolvido o jogo antes e aí não teríamos nos desgastado tanto em uma partida tão intensa — disse.