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As autoridades do Catar disseram, nesta quinta-feira (8), que investigam a morte de um trabalhador em um acidente de trabalho no estacionamento de um hotel que serviu de concentração para a Arábia Saudita. A informação foi dada inicialmente pelo portal The Athletic, vinculado ao jornal The New York Times, em cobertura da Copa do Mundo direto de Doha.
"Se a investigação concluir que os protocolos de segurança não foram respeitados, a empresa está exposta a investigações judiciais e duras sanções econômicas", afirmou o governo catari em comunicado.
Segundo The Athletic, a vítima seria um filipino de quase quarenta anos. Ele teria caído de uma empilhadeira enquanto consertava estruturas de iluminação. Várias fontes disseram que ele não estava usando cinto de segurança.
"A embaixada filipina em Doha também está investigando este caso", disse o Ministério das Relações Exteriores filipino à AFP.
Em outro comunicado, a Fifa se declarou "profundamente triste com esta tragédia".
"Entramos em contato com as autoridades locais para pedir mais detalhes", acrescentou a organização em nota.
Histórico de más condições
O Catar tem um mecanismo de indenização para acidentes de trabalho e salários não pagos, que repassou mais de 350 milhões de dólares este ano, segundo as autoridades. Desde que foi escolhido para sediar a Copa do Mundo de 2022, o pequeno emirado do Golfo foi criticado pelas condições de trabalho e de vida de centenas de milhares de trabalhadores migrantes da Ásia e da África.
Doha responde que fez reformas inéditas no código do trabalho, aplaudidas pelas organizações sindicais, que, no entanto, pedem uma aplicação mais rigorosa. O total de mortes em acidentes de trabalho durante os preparativos para a Copa do Mundo varia de acordo com as fontes.
O Catar diz que 414 pessoas morreram entre 2014 e 2020. As ONGs apontam para vários milhares desde 2010.