Foi com barulho e gritos em vários sotaques que a Seleção Brasileira chegou à sua casa em Doha. Eram 23h59min (17h59min de Brasília) quando o ônibus com a delegação chegou à casa do Brasil no Catar. Mais de 1,5 mil fãs esperaram a delegação numa entrada secundária do Westin Doha Spa Hotel, um luxuoso cinco estrelas ao sul da capital catare.
Eram exatamente 22h47min quando o avião fretado da Qatar Airways sobrevoou o hotel. Os torcedores nem perceberam. Naquele momento, estavam em um dos raros hiatos de silêncio. Desde as 20h, eles ocupavam a entrada do hotel. Havia, claro, integrantes da organizada da Seleção, com seus repiniques e tambores, mas havia um contingente numeroso uniformizado com a camisa amarela do Brasil e de traços variados: libaneses, bengaleses, indianos, paquistaneses. Ele formava o Qatar Brazil Fans, uma torcida oficial ligada à organização da Copa. Até uma bandeira com o rosto do xeque Tamim bin Hamad al Thani apareceu.
Era por causa desses torcedores que as músicas do Movimento Verde e Amarelo eram entremeadas por gritos de "Bré-zil, Bré-zil". Claro que muitos locais sem vínculo também foram espiar a chegada da Seleção. Ela arrasta admiradores mundo afora. Não seria diferente aqui no Catar, fora da rota do futebol até esta Copa.
Assista ao vídeo:
Muitos desses fãs olhavam espantados para a barulhenta festa brasileira. Mulheres vestindo abaya e jihab pretas puxavam o celular e registravam tudo. Em determinado momento, um saxofonista apareceu e, do alto de um telhado, tirava os cânticos da organizada. Até um funk saiu. A torcida aquela, do Bré-zil não entendeu nada. Mas seguiu a onda e cantou junto.
Passava das 23h45min, a massa irrompeu em um canto só quando o ônibus da delegação ingressou no pátio lateral do hotel, a cerca de 30 metros deles. Foi o máximo que viram. A delegação se dirigiu a uma entrada secundária, pelos fundos, e se instalou em um anexo exclusivo do Westin Doha. É ali que reside, neste momento, a esperança do Brasil.