Um técnico calmo, elegante e repleto de dados sobre sua equipe, disposto a falar sobre vários aspectos do esporte. Rogério Ceni não se negou a responder qualquer pergunta na entrevista após a vitória do Cruzeiro sobre o Vasco, pela 17ª rodada do Brasileirão, o último jogo antes de enfrentar o Inter, na quarta-feira, pela semifinal da Copa do Brasil.
O treinador, é claro, não revelou a equipe que mandará a campo no Beira-Rio, mas deu uma dica. Segundo ele, o treino desta segunda-feira contará com “alguns jogadores que não atuaram e que podem começar na quarta”. Em Belo Horizonte, a especulação é de que ele tenha falado de Dodô, que ficou no banco no Mineirão, mas pode retomar a lateral esquerda. A certeza é a de que Edilson jogará, já que Orejuela está na seleção colombiana.
Sobre o Inter, Rogério Ceni considerou um bom teste ter enfrentado o Vasco no domingo. Segundo ele, a formação das duas equipes é parecida, com a presença de um trio no meio-campo, dois pontas abertos e um centroavante.
— Não estou falando em qualidade, mas na maneira de jogar, com o Vasco, com três meias, uma linha defensiva. A fôrma do Vasco hoje pode ser algo parecido para lá. É difícil? Muito. Ninguém tem vencido o Inter lá. Nem o Flamengo, que jogou tão bem, conseguiu a vitória. Mas não é impossível. Vamos para lá para isso — declarou.
Ceni mencionou que crê na titularidade de D’Alessandro, mas vê dúvida no outro atacante, que deverá fazer companhia a Guerrero. Além disso, pediu atenção aos meias:
— O time tem três jogadores de muita força e intensidade pelo meio, que vão e vêm com velocidade, com as chegadas de Patrick e Edenilson na frente. Ao redor do Guerrero é uma incógnita, não sei o que vai acontecer. D’Alessandro não jogou sábado, é sinal de que pode jogar. Pode ser Nico, Sobis, Wellington. Vamos estar preparados para quem quer que seja.
Para ele, o fato de o Inter ter utilizado titulares no jogo de sábado, contra o Botafogo, não causará problemas na questão física.
— O Inter teve quatro dias de descanso, são suficientes para recuperar jogadores. Jogou em casa, sem viagem. Pensou no Brasileirão e viu que é possível deixar todos à disposição.
Além de tudo, o treinador se mostrou estudioso. Poucos minutos depois do apito final, trouxe uma série de dados sobre o jogo:
— Erramos muitos passes. Não só erros de passe, mas perda de posse de bola. Foram quase 50 erros, se contar que você ficou 57% do jogo com a posse de bola, 60 minutos de bola rolando, e 35 minutos era sua posse, errar 50 vezes é muito para uma partida só. Podemos fazer mais do que fizemos.