O Cruzeiro 3 x 0 Náutico, disputado no Independência foi um jogo muita transpiração e pouca inspiração apesar do resultado. A ausência de talento, aquele que dá o toque certeiro para encontrar um atacante em condições de finalizar. Borges fez o que se espera dele: gol. E esse gol foi salvador pela dificuldade da equipe em realizar jogadas de ataque, pois ajudou a abrir as linhas defensivas do Naútico. A entrada de Elber mudou o jogo. O jovem da base devolveu a velocidade que faltava ao time no primeiro tempo com o desfalque de Montillo, machucado. Souza possui outra característica de jogo.
É um segundo volante que dá um passe mais qualificado, não é homem de velocidade. Isso prejudicou o Cruzeiro nas ações ofensivas em boa parte do duelo. Wellington Paulista terminou de colocar o último prego no caixão do Timbu e transformou um jogo muito complicado em goleada e já é o líder do segundo turno e mantendo um tabu de nunca perder para o Náutico em BH em brasileiros.
Já o Náutico teve uma proposta de jogo bem clara: não tomar gols e tentar os contra-ataques com Araújo no primeiro tempo e Kim, no segundo. O técnico Gallo montou um 3-6-1 bem fechadinho, o que prejudicou o espetáculo. A Raposa chegou aos 34 pontos e está em sexto encara o Botafogo na próxima rodada em casa, enquanto o Timbu, que caiu para a décima posição com seus 27 pontos pega o Vasco nos Aflitos.
O jogo
O primeiro tempo da partida teve poucas opções de emoção para o torcedor. O único lance que quase levantou a torcida do Cruzeiro e deu um susto no Timbu foi uma cabeçada do zagueiro Léo, que passou muito perto do gol de Gideão. No mais, houve muita marcação e falta de criatividade dos dois times, principalmente do lado cruzeirense que estava sem Montillo, machucado. O Náutico montou um esquema com três zagueiros e apenas Araújo na frente, liberando os alas Lúcio e Patric.
A opção não foi muito produtiva na etapa inicial e o time pernambucano mais se defendeu das investidas da Raposa do que buscou o ataque. O Cruzeiro teve o ritmo de jogo alterado com a entrada de Souza no meio de campo. O ex-jogador do São Paulo cadenciava mais o jogo e uma das características do time, que é ser mais veloz, ficou em segundo plano, pois as jogadas pelas laterais eram pouco utilizadas, por consequência, poucas bolas chegavam a Borges. Assim, o primeiro tempo não saiu do zero a zero.
Segundo tempo
A etapa final foi melhor mais pela força de vontade dos jogadores que buscavam a vitória mais na correria do que com boas articulações de jogadas. Os problemas de armação no Cruzeiro continuavam, o que obrigou Celso Roth a tentar uma alternativa com a entrada de Elber no lugar de Wallyson, auxiliando Souza no meio de campo. Foi uma boa sacada, pois o time ganhou um pouco mais de velocidade e pôde acionar melhor as jogadas pelos lados do campo. Em uma delas saiu o primeiro gol celeste. Cruzamento para área do Náutico, a defesa rebate mal e Borges estava no lugar certo deixando seu sétimo gol no campeonato e aliviando a tensão do torcedor que estava apreensivo com resultado.
O gol deixou o Náutico sem opção e Gallo colocou o time para jogar em cima sem nenhuma organização. Elber fazia boas jogadas para o Cruzeiro e foi coroado com a boa atuação com um belo gol aos 42 do segundo tempo. Após o 2 a 0, Wellington Paulista coroou o segundo tempo melhor celeste e fez 3 a 0, garantindo a segunda vitória seguida e a liderança do segundo turno, prova da recuperação do time.