Eles são inquietos, inovadores e querem ganhar dinheiro por conta própria. Sem deslumbramento por terem nascido, muitas vezes, em "berço de ouro", vão à luta para encontrar espaço dentro do mercado de trabalho - mesmo que o chefe seja o pai ou o avô.
Esses "empreendedores familiares" são o alvo de um curso criado há 11 anos como um segmento da Administração de Empresas. A graduação em Empreendedorismo e Sucessão surgiu a partir de uma necessidade de profissionalização da mão de obra familiar. No Rio Grande do Sul, apenas a PUCRS oferece a graduação. Além de se tornar um "herdeiro profissional", o que diferencia o estudante desta área é saber lidar melhor com questões emocionais no ambiente dos negócios. Em resumo: eles aprendem a turbinar o orçamento orçamento sem comprometer a paz nos almoços familiares de domingo.
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Quem divide o escritório com tio, primo ou avô garante que é preciso doses cavalares de paciência e diálogo para não deixar uma relação atrapalhar a outra. Uma pesquisa nacional realizada pelo Sebrae em 2012 apontou que 90% das empresas que existem atualmente no Brasil são familiares. Entre o motivos para terminarem vão da má gestão ao rompimento da sociedade por problemas de relacionamento.
Exigência maior aos sucessores
Presidente da Junta Comercial do Rio Grande do Sul (Jucergs), Paulo Sérgio Mazzardo explica que o cenário atual instiga a disputa nas próprias famílias. Em muitos casos, as sociedades passam por aperfeiçoamento de gestão em que cargos de gerência não caem necessariamente na mão dos filhos ou dos netos dos fundadores. Contadores, advogados e administradores não familiares são chamados para fazer a transição nas sociedades. Logo, os sucessores que quiserem espaço têm de mostrar competência.
- Eles ajudam a eleger os filhos mais capacitados. Um curso que trabalhe essa transição de forma profissional é uma excelente opção - diz Mazzardo.
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Apesar de quase 40% dos alunos serem herdeiros de pequenos, médios ou grandes negócios, Rogério Ventura Villela assegura que não é preciso ser um sucessor nato para frequentar as aulas da graduação que coordena na PUCRS.
- Não ter empresa de família não é impeditivo para quem quer ser empreendedor. Não é só dinheiro que faz uma empresa. Tem de ter ideias, competência técnica e criatividade. O sócio pode ter o papel de investir - alerta.
* Zero Hora