Para cortar gastos, os três restaurantes universitários (RUs) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) vão deixar de servir sucos nas refeições a partir desta segunda-feira (19). O serviço de fornecimento da bebida, que é terceirizado, custa R$ 800 mil por ano à instituição. Segundo a UFSM, a medida visa a minimizar os custos da universidade frente aos recentes cortes de repasses feitos pelo governo federal. Neste ano, a instituição deve receber R$ 46 milhões a menos do que o previsto.
O pró-reitor de assuntos estudantis, Clayton Hillig, explica que a medida é necessária, já que o funcionamento dos restaurantes depende dos recursos da universidade. Atualmente, os RUs têm um custo de R$ 20 milhões ao ano para servir 2 milhões de pratos.
— Embora não se tenha cortes nos recursos da assistência estudantil, o funcionamento do RU depende de recursos da universidade. Devido aos cortes, tivemos que tirar. Entendemos também que o suco não tem um valor nutricional muito grande — explica Hillig.
Segundo o pró-reitor, a universidade só tem recursos para manter o restaurante em funcionamento até outubro. Por isso, algumas medidas estão sendo estudadas. Não está descartada a possibilidade de apenas alunos com benefício socioeconômico poderem fazer suas refeições no restaurante. Dos cerca de 25 mil alunos da instituição, cerca de 4,3 mil possuem o benefício.
— Estamos estudando permitir o acesso só de quem tem o benefício. O recurso que nós temos garante o RU funcionando apenas por mais dois meses, por isso, precisamos fazer algo — relata Hillig.
O Diretório Central dos Estudantes (DCE) diz que os cortes orçamentários estão afetando a permanência de alunos dentro da instituição e que está sendo organizada uma assembleia estudantil nos próximos dias para discutir o tema.
— A gente percebe que os cortes orçamentários estão refletindo dentro da universidade. A retirada do suco não é uma questão nutricional, mas pelos cortes. O DCE já começou uma movimentação e estamos conversando. Vamos encaminhar uma assembleia para os próximos dias — afirma Rodrigo Poletto, um dos coordenadores do DCE.
O almoço no restaurante universitário custa R$ 2,50. Servidores pagam R$ 9,70 e alunos com benefício socioeconômico não pagam.