Depois de formado no colégio, o paulista de 19 anos se dedicou quase que exclusivamente a dar aulas particulares de exatas junto à avó, professora de física, para estudantes do Ensino Médio. Nesse tempo, ele foi aprendendo com os alunos e ainda descobriu o que gostava de fazer, sem ter de abrir mão dos hobbies, como a música, e do trabalho voluntário. Mathias acertou todas as 45 questões na prova de matemática e atingiu a pontuação recorde do exame, algo que nem ele acreditava que fosse possível. O próximo desafio é a Fuvest, já que o sonho é cursar Física na USP.
Cai desempenho de participantes do Enem em matemática e redação
Você se dedicou a dar aulas de reforço escolar no último ano. Como foi estudar nessa rotina?
No terceiro ano do colegial, comecei a fazer bicos, tinha um movimento muito grande. Então, eu dava uma ajudazinha aqui e ali com o projeto da minha avó. Tentei no terceiro ano passar em Medicina, mas não me dediquei muito na época do colegial. No colégio, a minha rotina era lotada, tinha muito sono durante as aulas porque não dormia bem à noite. Isso fez eu me atrasar um pouco nos meus estudos. Sempre gostei muito de aprender, mas não gosto de estudar sozinho, acho entediante, por isso empurrava com a barriga, tirava notas medianas. Comecei a estudar mesmo para dar aula. Como não passei no vestibular para Medicina quando me formei (em 2014), comecei a pensar mais e veio a dúvida se eu faria Medicina ou Física. Na física, se não for com pesquisa, a opção é dar aula. Então, foi nesse período que comecei a dar quase 10 horas de aula por dia, até nos finais de semana, e me apaixonei por isso.
Foi dando aula que consegui expor minhas dúvidas e aumentar minhas notas nos vestibulares. Dar aula exige uma preparação. No dia anterior, você tem de selecionar alguns exercícios para os alunos, tem de pensar sobre uma determinada dúvida que surge e também tem mais contato com a matéria. Mas, além disso, também tive muita sorte para não cair em pegadinhas.
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Quais são as dicas para se sair bem em uma prova do Enem?
Minha dica é arrumar um parceiro de estudo. Convide um amigo para vocês se darem aula um para o outro. Quando eu explicava a matéria, falando o conteúdo em voz alta, eu expunha muito bem as minhas dúvidas e isso faz uma grande diferença. Discorra sobre as suas dúvidas e as do seu colega e você vai acabar estudando de uma forma mais divertida e fixar melhor a matéria, em vez de ficar só focado em uma leitura.
E o que o candidato deve lembrar em um dia de prova?
O que faz muita gente cometer erros são as pegadinhas. As questões do Enem são excepcionalmente extensas, então ter de ter o costume de ler. Prejudica muito a concepção de que algumas matérias você simplesmente sabe ou não sabe o que está sendo pedido. Na matemática, alguns acham que ou você está preparado ou não está e não vai muito a fundo nas questões. Não é verdade, ao menos no Enem. É muito importante entrar na prova pronto para deduzir as questões e usar a lógica. E o ideal é ler de novo todas as questões. Sempre tem pegadinha. No Enem, ainda mais no dia da matemática, o tempo é um problema sério, e a prova, é cansativa. Quem tem o costume de fazer as questões muito rapidamente, tire o tempo que falta para revisar. Sair mais cedo do que o tempo máximo é uma afronta.