De costas para uma turma de primeiro semestre, estudantes todos estreantes numa aula desse tipo, a modelo Roselaine Cabral serve de suporte para a obra do pintor Euler de Paula Silva. Nua cintura acima, Roselaine estica os braços, alonga para lá, encolhe para cá, e assim Cinara Garrido, professora de Morfologia Humana, vai apresentando as identidades de cada músculo dorsal, não sem antes confiar aos alunos a chance de arriscar uma resposta certa.
Na Faculdade de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul (Fadergs), é com bodypainting que se aprende anatomia.
- Pensei que seria menos nítido. Já fiz anatomia com cadáveres em outras disciplinas, quando cursava Biologia, e vi uma diferença gritante - diz o estudante Régis Cunha, reparando que "o cadáver sofre ação de químicos e pode ter sido muito manuseado".
- É algo inovador - afirma a professora Marcia Otero Sanches, assinalando que o método integra uma revisão de paradigmas no ensino em saúde, implementada após um processo de capacitação junto a colegas da Universidade Anhembi Morumbi (São Paulo).
Ao vivo e a cores
Pintura corporal substitui cadáveres em aulas de anatomia de faculdade em Porto Alegre
Vantagens do bodypainting, segundo professoras, são movimento, possibilidade de interação e coloração mais adequada da musculatura