
Empresários dos mais diferentes setores apontam dificuldade crescente para contratar e reter mão de obra qualificada no Rio Grande do Sul. Em entrevista ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, na manhã desta terça-feira (11), Paulo Geremia, proprietário da rede de restaurantes Di Paolo, Carlos Reis, diretor da CCV Industrial e
André Menegazzo, diretor tributário da rede de farmácias São João discutiram o assunto e elencaram alguns motivos.
Paulo Geremia explica que o setor de gastronomia e hotelaria, muitas vezes, necessita de pessoas disponíveis para trabalhar nos finais de semana e em horários diferenciados.
— É um desafio grande. A empresa precisa ter um departamento de recursos humanos bem estruturado para encontrar as pessoas que tenham o perfil para a atividade.
Geremia conta que percebe que os jovens têm entrado mais tarde no mercado de trabalho e experimentam muito mais:
— Hoje, os jovens querem um propósito desde cedo, bem estabelecido. Por isso testam os locais para ver se se encaixam no objetivo pessoal, e isto é saudável, mas, claro, impacta a rotatividade.
Carlos Reis defende que haja uma comunicação mais efetiva por parte dos poderes a respeito dos benefícios sociais. De acordo com ele, muitos profissionais temem perder automaticamente o recebimento de valores dos programas com a recolocação no mercado. Geremia destaca o mesmo aspecto, ao citar que o valor do seguro-desemprego faz com que trabalhadores aguardem mais tempo para se recolocarem.
Reis afirma que a maior parte das empresas oferece capacitação para que os profissionais cresçam dentro das empresas. Ele diz que é importante chamar a atenção, sobretudo dos mais novos, da perspectiva de um plano de carreira com estabilidade num ramo importante do Estado.
Para o diretor da rede de farmácias São João, André Menegazzo, há uma mudança no perfil do Estado. Aumento da migração e redução da taxa de natalidade são fatores que impactam o mercado de trabalho. Conforme Menegazzo, a tributação em cima da folha de pagamento das empresas é outro aspecto que afeta a remuneração dos trabalhadores.
Ouça a entrevista na íntegra
Desemprego no país
A taxa anual de desemprego em 2024 foi de 6,6%, a menor da série histórica, iniciada em 2012, em 14 Estados, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No RS, o índice ficou em 5,2%.
Crescimento econômico
O Brasil ocupa a sétima posição no ranking de crescimento econômico em 2024 com base em lista elaborada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), com 39 países, e com a inclusão da Rússia.