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O dólar terminou a última sexta-feira (14) em queda, cotado a R$ 5,69. O valor é 10 centavos menor do que uma semana antes. Nesta segunda-feira (17), a divisa abriu em R$ 5,71 e se manteve estável.
Segundo a colunista Marta Sfredo, de Zero Hora, o dólar fechou a semana com queda de 1,26%. É a menor cotação desde 8 de novembro, pouco mais de três meses atrás, quando a moeda americana havia encerrado em R$ 5,737.
O "refresco" na cotação veio de movimentos no Exterior. As vendas no varejo dos Estados Unidos caíram 0,9% em janeiro ante dezembro, o que mostra que a atividade econômica está mais fraca por lá. A tendência de queda de preços no mercado americano aumenta as chances de cortes de juro e atrai mais investidores para mercados emergentes, como o brasileiro.
Outra razão elencada para a trajetória de baixa da moeda também veio dos EUA. Desde a posse do presidente Donald Trump, o mercado tenta entender a nova política comercial.
Cotação do dólar ao vivo
Confira o screener gráfico da evolução de preços, disponibilizado por TradingView:
Valor do dólar atualizado
Dólar comercial: R$ 5,70
Máxima dólar comercial: R$ 5,72
Projeção em 2025
A escalada a patamares históricos teve início no fim de novembro, quando o dólar chegou à marca dos R$ 6 pela primeira vez. O pico respondeu à declaração de Haddad, que anunciou isenção no Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. Em dezembro, o valor nominal da moeda em relação ao real atingiu o seu recorde histórico, chegando à marca de R$ 6,26.
O crescimento do valor do dólar em 2024 foi o maior desde 2020, primeiro ano da pandemia de covid-19. Em 30 de dezembro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou como "corretas" as intervenções do Banco Central (BC) no mercado de câmbio.
De acordo com especialistas, boa parte dos fatores que levaram ao crescimento do dólar no ano passado devem se manter em 2025. Em sua maioria, acreditam que a cotação da moeda deve se estabilizar neste patamar mais elevado, mas projetam pelo menos uma leve queda no valor nominal. A tendência é que a cotação fique ao redor dos R$ 5,80.
O que tende a ficar mais caro com o dólar alto?
Com a moeda americana em alta, itens consumidos na rotina dos brasileiros tendem a subir de preço diante do aumento de custos na produção e importação.
O efeito é espalhado e pode ir desde gasolina, pão e café mais caros até dificuldade para concretizar viagens internacionais. Com preços mais altos dentro da economia do país, a inflação tende a acelerar, segundo especialistas.
Na prática, o dólar mais alto costuma ter um primeiro efeito na produção. Em seguida, com a necessidade de repassar parte do aumento de custos, os consumidores enfrentam valores mais altos no varejo. Com isso, a inflação segue persistente.
O economista André Braz, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), afirma que o câmbio pressiona o preço de itens comercializados mundialmente, que podem ser importados ou exportados.
— É uma questão que pode ganhar cada vez mais impulso à medida que o câmbio vem batendo novos recordes e se consolidando em patamar cada vez mais alto. À medida que o tempo passa, as transações comerciais vão acontecendo com uma nova taxa de câmbio e isso vai sendo repassado gradualmente para os preços.