O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, voltou a falar sobre a taxa básica de juro, a Selic, nesta segunda-feira (19). Em live promovida pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), ele voltou a dizer que o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, precisa explicar ao Brasil e ao Senado por que a autoridade mantém a taxa básica de juro a 13,75%.
A declaração ocorre na semana em que o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC se reúne. A tendência é que a colegiado anuncie a manutenção do juro básico na próxima quarta-feira (21).
— A inflação está baixando, o dólar está caindo. Apenas os juros precisam baixar, não tem explicação. O presidente do Banco Central precisa explicar - não a mim, que já sei por que ele não baixa - mas ao povo brasileiro e ao Senado que o elegeu, o porquê dele manter essa taxa de juros a 13,75% em um país que está com inflação anual de 5% — declarou o presidente da República.
Lula também comemorou a queda dos preços dos alimentos e dos combustíveis.
O presidente do BC é uma indicação do presidente da República, e, por lei, precisa ser aprovado pelo Senado. Campos Neto foi indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e tem mandato até o final de 2024.
Haddad também fala sobre juros
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também comentou nesta segunda-feira sobre a Selic e afirmou que o corte da taxa básica de juro deveria ter começado em março. Ele comentou as projeções do mercado financeiro sobre o início dos cortes ao deixar a sede da pasta.
Analistas do mercado anteciparam de setembro para agosto a projeção para o primeiro corte da taxa Selic, segundo o Sistema de Expectativas de Mercado, base de dados do Boletim Focus, divulgado nesta segunda.
— Já deveria ter sido em março (o primeiro corte). Vamos ver, vamos aguardar — disse o ministro.
Para a reunião desta semana, a mediana ainda aponta a manutenção da Selic. Para a próxima reunião do Copom, que ocorrerá em 1º e 2 de agosto, a expectativa da maioria dos economistas é de um corte de 0,25 ponto porcentual, com a Selic caindo para 13,5%.