A alta de preços fez com que 65% dos bares e restaurantes aumentassem o preço do cardápio no primeiro semestre de 2021. 44% dos bares e restaurantes reajustaram suas tabelas entre 5% e 10%. Outros 20% aumentaram entre 10% e 15%. Apenas 4% reajustaram os preços em mais de 20%, segundo pesquisa da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) feita com 1,2 mil empresários.
E as perspectivas não são boas. Dentre os donos de bares pesquisados, 84% creem que o preço de insumos vai aumentar até o final do ano. Além disso, 43% têm a percepção de que o custo dos insumos aumentou mais de 20% no primeiro semestre, mesmo que o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) tenha fechado em alta de 3,77%. Outros 40% dizem que o custo aumentou entre 10% e 20%.
Os estabelecimentos ainda têm também enfrentado dificuldades. Em julho, 37% dos bares e restaurantes operaram no prejuízo. Outros 34% trabalharam no equilíbrio e apenas 29% já tiveram lucro. Os números significam melhora em relação a junho, quando 56% tiveram prejuízo.
— O indicador ainda é alto, estamos falando de mais de um terço das empresas ainda sem conseguir se restabelecer, mas mostra que aos poucos a retomada está acontecendo, junto com a flexibilização por parte dos estados e municípios. E, mais importante ainda, a confiança dos clientes em frequentar os bares e restaurantes também está voltando — diz Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel.
De acordo com o levantamento, apenas 16% das empresas não conseguiram honrar integralmente com os salários em agosto, contra 27% da pesquisa de julho. Pouco mais da metade dos estabelecimentos (54%) têm também outros pagamentos em atraso. Nesse indicador, também houve melhora em relação a julho, quando as empresas nessa situação representavam 64% do todo. Sabe-se que 79% das empresas do setor têm algum empréstimo contratado. Destas, 37% possuem ao menos uma parcela em atraso.
Em relação aos impostos, 86% das empresas pesquisadas estão inseridas no Simples Nacional. Destas, mais da metade devem o tributo. Dos devedores, 81% convivem com o receio de sair do regime diferenciado em razão das pendências.