O mais recente decreto do modelo de distanciamento controlado no Rio Grande do Sul, publicado na segunda-feira (5), ampliou o teto de ocupação dos hotéis no Estado. Agora, em estabelecimentos de municípios sob bandeira amarela, o limite de lotação dos quartos subiu de 60% para 75%. Nas cidades em bandeira laranja — como é o caso de quase todo o RS, com exceção da região de Santa Maria — a elevação foi de 50% para 60%.
Presidente do Sindicato de Hotéis de Porto Alegre (SHPOA), Carlos Henrique Schmidt afirma que a medida não causa grande impacto na Capital, pois a taxa de ocupação é pequena na cidade neste momento. A falta de eventos e as limitações na malha aérea são alguns dos fatores que desestimulam o setor, segundo ele.
— A nossa luta é a retomada dos negócios, dos eventos e da malha aérea. Agora, a malha aérea está adaptada à demanda. No fundo, a demanda está reprimida, porque a economia se reprimiu. Nosso setor piorou por causa da situação dos eventos. Os próprios jogos de futebol, que eram atrativos, principalmente os da Libertadores e do campeonato nacional, onde vinha bastante gente, estão sem público — observa.
Schmidt destaca que o setor na Capital vive uma guerra de tarifas, onde os hotéis baixam os preços na busca por ocupação. Segundo o dirigente, os estabelecimentos que conseguem atingir o teto nesse sentido acabam pegando clientes da concorrência.
O Eko Residence, no centro da Capital, trabalha na ampliação de quartos disponíveis e de espaços com a nova liberação do governo estadual. No entanto, a diretora do estabelecimento, Flavia Antoniolli, destaca que a medida, seguindo todos os protocolos de segurança, é apenas uma antecipação na esperança de retomada do setor na Capital. Segundo Flavia, o decreto pode dar mais tranquilidades para as pessoas.
— A gente está arrumando mais quartos, abrindo mais áreas sociais na esperança de que o decreto chancele a vinda de mais pessoas para Porto Alegre. Não que a gente precise disso, desse decreto já, porque não tem ocupação para isso — avalia.
Cenário diferente na Serra
Já na região da Serra, a realidade é diferente, segundo o Sindicato da Hotelaria, Restaurantes, Bares, Parques, Museus e Similares da Região das Hortênsias (SindTur). O presidente do SindTur, Mauro Salles, afirma que os hotéis da região vêm registrando boas taxas de ocupação, mas que esse cenário está limitado aos finais de semana.
O dirigente afirma que a entidade vê com bons olhos essa flexibilização do Estado, pois os hotéis da região não foram projetados para operar com a metade da capacidade. Salles espera nova ampliação em um futuro próximo em razão dos eventos de final de ano.
— A partir do final de outubro e início de novembro, quando começa o Natal Luz, o Sonhos de Natal, os eventos natalinos aqui na Serra, a expectativa é de que a gente já tenha mais movimento, inclusive durante a semana — projeta.