Grandes redes de supermercados retiraram das prateleiras os produtos fabricados pelos frigoríficos interditados pela Polícia Federal (PF) na Operação Carne Fraca para blindar os clientes do risco de comprar itens contaminados.
O Carrefour informou, por meio de nota, que "retirou preventivamente das lojas os produtos das plantas interditadas". A empresa frisa que procedimento se refere às fábricas investigadas, mas não às marcas. A companhia não detalhou os volumes removidos nem o destino dos produtos.
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O concorrente Walmart também retirou das lojas os produtos suspeitos de contaminação. Em seu comunicado, a empresa afirma que "suspendeu preventivamente a venda em suas lojas dos produtos oriundos das plantas frigoríficas interditadas na Operação Carne Fraca". A rede varejista informou que tinha relação comercial contínua apenas com uma das três plantas que tiveram a produção interrompida, pertencente ao frigorífico Peccin.
O GPA, dono das bandeiras Pão de Açúcar, Extra e Assaí, informou, por meio de nota, que também suspendeu a compra das três unidades industriais interditadas, duas no Paraná e uma em Goiás.
A rede varejista não detalhou, no entanto, se os itens fabricados nessas plantas foram recolhidos das lojas. "Recall no Brasil só pode ser determinado pela Anvisa mediante laudos técnicos comprovando contaminação ou problemas sanitários dos produtos. O que não aconteceu ainda - e continuamos aguardando para ver se há alguma orientação dos órgãos nesse sentido", informou a nota.
O Grupo Zaffari disse, por meio de assessoria de comunicação, que "somente deixará de disponibilizar produtos de empresas citadas na Operação caso seja notificado por órgãos competentes".
Na nota, a empresa também disse que "está acompanhando os fatos, estando preparada para prontamente tomar as providências indicadas pelas autoridades sanitárias. Esclarece ainda que tem por princípio empresarial a qualidade, e para isso escolhe os melhores fornecedores disponíveis para a composição de seu mix de produtos".
Procurado por ZH, o Asun ainda não se manifestou sobre o assunto.
O presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Antônio Cesa Longo, afirmou que o setor "continua acreditando nas marcas e na qualidade dos produtos que estão no mercado até que se prove o contrário". Longo também disse que a Agas só vai promover ações junto a seus associados após solicitações de autoridades públicas.
– Não vamos tomar nenhuma atitude isolada. Vamos seguir de acordo com orientações do Ministério da Agricultura – disse Longo.