Depois da notícia de que o governo gaúcho vai virar uma espécie de sócio da Foton, montadora chinesa de caminhões que se instalará em Guaíba, um consultor de empresas que acompanhou o processo entrou em contato com a coluna Informe Econômico para lembrar que a proposta também foi feita ao Rio de Janeiro, outro Estado que poderia receber o investimento estimado em R$ 250 milhões. Lei aprovada pela Assembleia gaúcha permite que o Estado tenha participação acionária de até R$ 48 milhões no empreendimento.
Na negociação com o Rio, a Foton pediu que o Executivo fluminense participasse como sócio com 45% a 50% do valor do projeto. O governador Sérgio Cabral considerou o investimento muito alto e ofereceu, por meio da agência de desenvolvimento local, o limite máximo de 20%, que dependeria do valor de um dos dois imóveis vistoriados pela indústria.
- A Foton aceitou os 20%, mas fomos surpreendidos com a decisão sobre a escolha do Rio Grande do Sul - lembrou o secretário do Desenvolvimento, Julio Bueno.
Aqui no Estado, o índice é quase o mesmo - 19,2%, mas o governador Tarso Genro acredita que a solução, ainda não decidida, será temporária, com ganho posterior para o Estado e para o Badesul, que viabilizará o capital. A informação que circulou na época, quando a Foton rompeu com o Rio e decidiu se instalar aqui, foi a de que os dois imóveis oferecidos seriam muito precários, inclusive em áreas consideradas desprotegidas.