Nem uma semana marcada por notícias ruins para a economia brasileira, como o rebaixamento da nota de crédito e o péssimo resultado nas contas do governo em fevereiro, foi suficiente para abalar o otimismo do ministro da Fazenda, Guido Mantega. Segundo ele, apesar do início de ano pouco promissor, o Produto Interno Brasileiro (PIB) deve crescer, em média, 4% ao ano entre 2014 e 2022.
Segundo Mantega, que apresentou aula magna na Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV), a economia mundial está saindo da crise e os próximos anos serão de recuperação. No que ele chamou de "novo ciclo da economia", os investimentos devem crescer 7% ao ano, e o PIB per capita, 33,2% no mesmo período.
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Mantega também garantiu que a inflação neste ano não irá superar o teto da meta, de 6,5%, mas admitiu que há pressão para aumento dos preços.
- A alta inflação do passado foi combatida - disse Mantega, ressaltando que o Plano Real foi importante nesse processo.
- De 2003 em diante temos mantido inflação dentro da meta. Nós cumprimos o regime de metas - afirmou Mantega, dizendo:
- Nunca ultrapassamos o limite superior.
Na última quinta-feira, o Banco Central (BC) aumentou sua previsão para inflação em 2014, de 5,6% para 6,1% - próximo ao teto da meta. Segundo o BC, a alta dos preços calculada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve chegar a 6,4% em setembro. O banco estima que há 38% de chance que o índice supere o limite de 6,5%.
Superávit será atingido
Mesmo com o resultado negativo nos dois primeiros meses do ano - com o resultado de fevereiro, o superávit primário (economia para pagar os juros da dívida). nos dois primeiros meses de 2014 soma R$ 9,87 bilhões, pior valor para o período desde 2009, Mantega prometeu que o governo vai entregar um resultado primário correspondente a 1,9% do PIB neste ano.
Ele afirmou que o país entregou um dos melhores superávits do G-20 no ano passado e que nos últimos 8 anos a média do superávit do Brasil foi de 2,9%.
- Não se pode questionar nossa seriedade fiscal - afirmou.
