Família levou empresa à beira da falência a exportar veículos pesados para toda a América Latina

Para ganhar mais espaço e atender aos pedidos que não param de chegar, a Triel- HT, de Erechim, vai ganhar uma casa nova.

Em 2014, quando comemora 30 anos, a empresa planeja investir R$ 20 milhões na nova sede, que deve ampliar em 50% a capacidade de entrega, que hoje é de 130 produtos por mês. É uma vitória para um negócio que nasceu endividado.

A fundação da indústria, em 1984, foi uma manobra arriscada da família Dalla Rosa, de Ijuí. Eles venderam a propriedade no Noroeste para adquirir uma empresa à beira da falência. A fábrica Trilhadeiras Erechim estava paralisada.

Os Dalla Rosa pagaram parte dos débitos e retomaram a produção de equipamentos agrícolas, como misturadores de ração e trilhadeiras. Em dois anos, a família tinha quitado as pendências e decidido mudar. Abandonou os produtos para a lavoura e passou a fabricar equipamentos para logística agroindustrial:

- Começamos com silos graneleiros para ração, que hoje é o nosso carro- chefe, e depois as carrocerias para transporte de frangos e suínos - conta o diretor administrativo, Airton Dalla Rosa.

Quatro anos depois, em 1990, a família transferiu a fábrica para o distrito industrial e a rebatizou:

- Unimos a abreviação do primeiro nome com as iniciais dos nossos pais: Honorato e Teresa. Assim surgiu a Triel- HT - revela o diretor.

O crescimento da agroindústria tornou a empresa conhecida dentro e fora do país. Em 1991, a Triel- HT passou a exportar produtos para países como Uruguai e Paraguai. Anos depois, o fortalecimento da avicultura e da suinocultura em Estados do Sudeste e do Centro- Oeste levou a fábrica a buscar novos mercados. Em 2001 a empresa investiu R$ 1,5 milhão na unidade de RioVerde (GO).

Novos segmentos para se proteger de crises

No mesmo ano, a Triel- HT aplicou outros R$ 800 mil em uma nova planta industrial em Erechim: a Usitec. A unidade foi construída para fabricar peças, já que a empresa sofria com o atraso dos fornecedores. O investimento em tecnologia impulsionou o crescimento. Hoje, a Triel- HT faz carrocerias climatizadas, com bebedouro e elevador para os animais.

Para se proteger das crises no campo, a marca ingressou em novos segmentos. Em 2004, adquiriu uma área às margens ERS- 135 e, dois anos depois, investiu R$ 2 milhões na construção uma unidade para fabricação de viaturas especiais - como veículos de combate a incêndio e ambulâncias - e outra para fabricação de implementos rodoviários.

De olho na Olimpíada e na Copa do Mundo

Para seguir ampliando a carta de produtos, a Triel- HT iniciou, em 2010, a fabricação de veículos de combate a incêndio para aeroportos.

E em agosto deste ano, venceu uma licitação do governo federal que motivará a contratação de novos funcionários. Eles vão atuar na fabricação de 58 viaturas para aeroportos:

- Com Copa do Mundo e Olimpíada, o governo investirá na segurança dos aeroportos. E como o prazo de entrega é pequeno, em um ano vamos contratar cerca de 30 pessoas - comenta Airton Dalla Rosa.

O número representa aumento de 50% no atual quadro de funcionários da unidade de viaturas especiais, que tem 60 profissionais. Segundo Dalla Rosa, cada caminhão destinado a aeroportos custa em torno de R$ 1,1 milhão.

Até o final do ano, a unidade ainda entregará 24 veículos de combate a incêndio para a Secretaria de Segurança Pública do Estado.

Os planos da Triel- HT são ambiciosos. Com a nova fábrica, a ideia é deixar de operar no limite:

- Estamos com todas as unidades produzindo 100% e ainda precisamos terceirizar montagens.

Na nova unidade, equipamentos para agroindústria e rodoviários serão produzidos no mesmo local, reduzindo custos.

Em vídeo, Airton Dalla Rosa dá sua receita para o RS dar certo:



Perfil

- Fundação: maio de 1984
- Localização: Erechim Unidades: quatro em Erechim e uma em Goiás
- Número de funcionários: 420
- Descrição: fabricante de produtos para logística agroindustrial, viaturas especiais e implementos rodoviários
- Principais produtos: silos graneleiros e viaturas de combate a incêndio
- Produção: 130 unidades ao mês
- Faturamento 2012: R$ 85 milhões
- Projeção de faturamento 2013: R$ 110 milhões, alta de 29,41%
- Exportação: países da América Latina e parte da América Central Principais clientes: Bolívia, Chile, Colômbia, Paraguai, Peru e Venezuela