Coisas que o Google mudou em sua vida ao longo de 15 anos

Completados neste mês (a data oficial é 4 de setembro, mas só ontem a empresa resolveu fazer uma festinha em seu site), os 15 anos do Google inspiram uma reflexão de inúmeros superlativos - pense em todas as facilidades derivadas de serviços criados pelo gigante americano que compõem a sua rotina digital. O mais competente serviço de buscas online transformou a forma como as pessoas lidam com a informação. Como definiu o escritor Ruy Castro, o site tem "informações sobre tudo e também conversa fiada e palpite errado sobre quase idem".

Na última quinta-feira, a empresa anunciou o Hummingbird, codinome do algoritmo que permitirá atender a questionamentos mais complexos. Confira, a seguir, as principais transformações que o buscador introduziu no cotidiano dos usuários de internet.

Pesquisas mais precisas

O Google surgiu criando um algoritmo para pesquisas que colocava o resultado ordenado por ranking de sites com mais links e visitas. Essa fórmula, lembra o pesquisador em Comunicação Digital da PUCRS Eduardo Pellanda, mostrou-se eficaz. O buscador logo superou os pioneiros Yahoo e Altavista. - Não adianta ter uma imensidão de informação sem saber, em 15 milhões de resultados, o que as pessoas procuram - completa Daniel Bittencourt, da Unisinos.


<

Dúvidas urgentes

Qual era mesmo o nome da personagem de Vivien Leigh em ...E o Vento Levou? Quem consegue ignorar a urgência de uma dúvida que interrompe um bate-papo sobre música, futebol ou cinema e cria uma competição para ver quem lembra primeiro aquilo que todos têm certeza de que sabem mas agora ninguém consegue dizer? Em vez de anotar em um pedaço de papel e deixar para depois, alguém - ou todo mundo - pega o celular para acabar com a aflição: Scarlett O’Hara.

Cérebro preguiçoso

A facilidade e a rapidez com que se localizam informações na rede podem estar alterando os processos cognitivos do cérebro. Exercitar a memória em pesquisas profundas e longas leituras já não é mais um hábito tão frequente. Estudo da psicóloga Betsy Sparrow, da Universidade de Colúmbia (EUA), aponta que hoje nos preocupamos menos em memorizar porque sabemos que os dados estão disponíveis na internet, podendo ser acessados sem esforço.

Googlear-se

A mais analógica das criaturas, avessa a redes sociais, é capaz de encontrar referência sobre si mesma no Google. É um teste interessante para saber o que um desconhecido poderia ficar sabendo sobre você. A cantora americana Miley Cyrus, depois de se refestelar em apresentação no Video Music Awards, em agosto, afirmou: "Acho que não é hora de me dar um Google". Teste para a reputação Miley Cyrus poderia ilustrar também este item: com vasta memória, o Google é capaz de arruinar reputações, coletando equívocos, aparições vexatórias e declarações infelizes que você espalhou por redes sociais, entregando-as diretamente ao consultor de recursos humanos que está avaliando seu currículo.

Perdidos nunca mais

Com o Google Maps, pode-se planejar trajetos, buscar pontos de referência e calcular o tempo de um deslocamento, estimando o tempo de percurso a pé, de carro ou via transporte público. - É a maior revolução, dá mobilidade. Você baixa o aplicativo, e ele vira o seu GPS - comenta a pesquisadora Paula Jung.




Doutor Google

Dois ou três sintomas podem virar um sem-fim de possibilidades de diagnóstico. Hoje em dia, é comum que o paciente chegue ao consultório mais bem informado sobre a sua condição - e isso contribui para que estabeleça conversa mais embasada com o especialista ou apenas atrapalhe o andamento da consulta.

Guias em desuso

Imprescindíveis em outros tempos, dicionários e enciclopédias hoje têm poucos atrativos frente à supereficiência de um buscador que atende solicitações em uma diminuta fração de segundo. Antigamente, esses calhamaços justificavam o investimento financeiro na hora de abastecer a biblioteca familiar, mas hoje acabaram esquecidos no alto das estantes. Listas telefônicas, atualizadas e distribuídas anualmente, caíram em desuso.

Poliglota

Mirëdita, dobar dan, selamat siang, sugeng, jum tajba: ainda que você talvez nunca precise dizer "bom dia" em albanês, croata, indonésio, javanês ou maltês, respectivamente, é bom saber que o Google Tradutor verte textos em 72 idiomas. Claro que não se pode comparar a ferramenta ao trabalho preciso de um professor com anos de estudo e imersão em outra cultura, mas o serviço é útil para dúvidas simples e urgentes.

Está mais difícil plagiar

Não se iluda: ainda que o Google tenha encontrado 60 trilhões de endereços de internet até hoje, uma tentativa de plágio dificilmente manterá o autor sob anonimato. As fontes de pesquisa se multiplicaram, mas colar e despistar está mais complicado. Quando um professor desconfia da autoria de um trabalho escolar ou acadêmico, o Google é um grande aliado para localizar de onde o estudante extraiu textos de maneira indevida.