O positivo desenhado ao lado do certificado de qualidade das máquinas agrícolas da Stara representa mais do que uma simples logomarca. É símbolo da perseverança da família Stapelbroek, há quatro gerações no comando da indústria de 53 anos, que esteve à beira da falência na década de 1980. Vencida a crise, a empresa passa hoje por obras de expansão na sede em Não-Me-Toque, no norte do Estado, com planos de faturar R$ 1,5 bilhão até 2017.
Em vídeo, presidente da Stara explica o sucesso da empresa:
O negócio nem sempre foi a agricultura. O embrião da indústria foi uma ferraria, instalada em 1953, quando a família de imigrantes recém-chegados da Holanda se instalou em Não-Me-Toque. Na época, a pequena loja no centro do município consertava de máquinas e implementos agrícolas a camas hospitalares. Três anos depois, impulsionada pelo crescimento da mecanização no campo, a família fundou a Stara e começou a fabricar máquinas agrícolas.
Para ampliar a produção, cerca de 20 anos depois, os Stapelbroek decidiram construir uma sede maior, em uma área afastada - hoje o bairro batizado com o nome da empresa. O que era para ser uma solução transformou-se na maior dificuldade vivida pela indústria. Em 1982, a crise que abalou o país multiplicou as dívidas com a obra, que dependia de uma linha de crédito em dólar. Os 23 colaboradores da Stara chegaram a ter 10 meses de salário atrasado e o endividamento atingiu o dobro do patrimônio da empresa.
- O que era para ser um ano ruim virou um pesadelo - lembra o atual diretor-presidente, Gilson Lari Trennepohl.
A solução para a Stara, na época comandada por Franciscus Stapelbroek, foi a abertura de capital. A ação trouxe novos sócios e deu fôlego à indústria, que atuava basicamente no Rio Grande do Sul. Dois anos depois, com a crise contornada, a indústria passou a diversificar a linha de produtos e conquistou o mercado nacional.
As vendas para outros Estados representaram um novo começo para a Stara, que passou a crescer anualmente. Quase no final da década, em 1988, a indústria expandiu fronteiras e passou a vender para países vizinhos. Era o passo que a empresa precisava para se reerguer. Dois anos depois, as dívidas estavam quitadas e novos funcionários puderam ser contratados.
Empresa tem 98 revendas no Brasil e vende para 35 países
Com alianças internacionais, a Stara patenteou máquinas e conquistou novos clientes em quase toda a América Latina. As vendas só diminuíram com a grande seca de 2005. Na época, os sete sócios da empresa chegaram a receber boa proposta para vender a Stara, que foi recusada.
- A família decidiu voltar ao comando da empresa, ficando com 99,64% das ações - comenta o diretor-presidente.
O envolvimento do núcleo familiar ao negócio rendeu frutos. Nos últimos seis anos, a Stara viu o faturamento crescer 11 vezes, de R$ 60 milhões em 2006 para R$ 695 milhões em 2012. A empresa hoje tem 98 revendas espalhadas pelo Brasil e vende máquinas para 35 países. Os maiores compradores no último ano foram Chile, Paraguai, Venezuela e Rússia.
Nas mãos de Gilson, da mulher, Susana Stapelbroek, e dos três filhos, a Stara passa por obras de ampliação. A família pretende dobrar a produção e a receita. Dos atuais 90 mil metros quadrados, a sede passará a ter cerca de 140 mil metros quadrados de área construída.