Restrições dos bancos para financiar a compra de automóveis começam a refletir nos negócios no Rio Grande do Sul.
De março a abril, a venda de veículos de passeio e comerciais leves caiu 8,9% no Estado.
A queda colocou o mercado gaúcho de volta aos patamares de janeiro, e levemente acima de abril do ano passado. Conforme o Sincodiv/Fenabrave, entidades que representam os distribuidores, foram emplacados 16,7 mil veículos no mês passado, 2,7% acima de igual período de 2011.
- Há uma tendência nacional de queda nas vendas que começa a chegar no Rio Grande do Sul - afirma Fernando Esbroglio, presidente do Sincodiv/Fenabrave no Estado.
No país, as vendas encolheram 13,8% de março para abril. Esbroglio explica que os bancos se tornaram mais restritivos à liberação de crédito. Deixaram de aceitar financiamento sem entrada, como ocorria até dezembro, e exigem menor comprometimento da renda com as parcelas.
Sob o argumento de inadimplência em alta no segmento e incertezas quando à economia global, as instituições revisaram para baixo a oferta de crédito. A Pesquisa de Projeções da Federação Brasileira dos Bancos de abril prevê expansão de 14,9% nessas linhas em 2012, enquanto o relatório de março estimava 15,3%.
A redução no consumo afeta a indústria. Levantamento da Anfavea, entidade que reúne as montadoras, aponta que os estoques nas fábricas chegam a 43 dias de produção - três vezes acima do apontado como adequada.
Única montadora no Rio Grande do Sul, a General Motors não informa a situação de seus estoques. Conforme a empresa, a produção segue em ritmo normal, e não há informações sobre perspectiva de redução.
Dados da Anfavea mostram que a montadora teve a maior queda entre as quatro principais fabricantes em abril. Em relação a abril de 2011, os emplacamentos da GM caíram 23,2%, mais do que Fiat (12,2%), Ford (9,4%) e Volkswagen (2,9%).
Ainda sobre a GM, ontem, o Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí e a fabricante fecharam acordo salarial em audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT/RS), na Capital. Os empregados votarão amanhã se aceitam os valores acertados no tribunal.
Aperto nas contas
Crédito em queda faz venda de carros cair no Rio Grande do Sul
Bancos passam a exigir entrada e comprometimento menor da renda
Erik Farina
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