A decisão do Banco Central de fazer leilões de swap cambial envolvendo até US$ 4 bilhões indica que a autoridade monetária percebeu excesso de volatilidade no mercado do dólar. A informação é do diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton Araújo. O BC tem feito intervenções no câmbio, que tiveram início na última sexta-feira e se repetiram na manhã desta quarta-feira, quando a moeda dos Estados Unidos alcançou patamar de R$ 2,10.
- O BC age para que o mercado opere apropriadamente. O BC identificou que o mercado não operava de forma adequada e agiu para que isso ocorra - afirmou Carlos Hamilton a jornalistas, após detalhar em entrevista o Boletim Regional Trimestral de abril.
Ele ressalvou, porém, que o BC não tem compromisso com qualquer taxa do dólar em relação ao real.
- O câmbio repercute (neste momento) a piora da aversão a risco internacional - complementou.
A escalada da moeda norte-americana também não preocupa. Perguntado se a mudança do patamar do dólar ante o real, de R$ 1,75 em 6 de março, até esta quarta-feira, quando chegou a bater R$ 2,10, Carlos Hamilton mostrou-se tranquilo.
- Há momentos em que o câmbio sobe e depois desce - disse, completando que - é importante lembrar que o câmbio é flutuante.
O diretor endossou a fala nesta semana do presidente do BC, Alexandre Tombini, de que o repasse do dólar alto para a inflação tem diminuído, observando "que varia de acordo com as condições da economia". Tombini havia informado que esse repasse está ao redor de 3% no curto prazo e de 8% no horizonte mais longo.
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Ação é para câmbio operar apropriadamente, avisa BC
Alta da moeda americana não preocupa
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