O aumento das restrições de crédito para compra de carros fez o número de financiamentos cair 20% no Rio Grande do Sul neste ano - impactando diretamente as vendas.
Receosas diante do crescimento da inadimplência, instituições reduziram prazos de pagamento e passaram a exigir entradas para clientes com menor renda.
De cada 10 pedidos de financiamento, cinco em média são recusados pelos bancos, como forma de se protegerem de maus pagadores.
- As instituições se tornaram mais seletivas em razão da inadimplência - diz Décio Carbonari, presidente da Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef).
Os modelos de crédito, definidos conforme o perfil do cliente, foram revistos depois que a inadimplência dobrou em um ano.
- A entrada passou a ser um fator significante na concessão das novas operações de crédito, além de comprometer menos a renda do cliente - explica Renato Oliva, presidente da Associação Brasileira de Bancos.
A avaliação mais rígida de cadastros atingiu em cheio a venda dos chamados veículos de entrada, que chegavam a ser comprados em 60 vezes sem entrada.
- O prazo médio concedido hoje é de 24 meses e 36 meses, fazendo com que a prestação mensal fique maior - aponta Fernando Esbróglio, presidente do Sincodiv/Fenabrave-RS, acrescentando que as concessionárias gaúchas, que projetavam 5% de crescimento para este ano, apresentam o mesmo panorama de 2011.
O cenário negativo é constatado pelo número de emplacamentos no primeiro trimestre. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o crescimento ficou zerado no país e aumentou 5,5% no Estado. A expansão aqui, porém, é puxada pela reposição de carros para frota, comprados diretamente nas montadoras.
Crédito estreito
Financiamento de carros cai 20% no Rio Grande do Sul em 2012
Com o crescimento da inadimplência, instituições restringem empréstimos e número de parcelas
Joana Colussi - Direto da Índia
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