Um telefonema recebido pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Alimentação, Miguel dos Santos, trouxe apreensão a 1,7 mil funcionários da Doux em Passo Fundo, no norte do Estado. Envolta em crise financeira, a empresa decidiu dar férias coletivas a mais de 600 trabalhadores.
Os funcionários terão férias por 30 dias a partir de 5 de março, o que vai parar um dos dois turnos de produção. A entidade, preocupada com possíveis demissões, recorreu ao Ministério do Trabalho para obter garantias e um documento com a posição oficial da Doux.
A insegurança, revela Santos, resultou no aumento de pedidos de demissão nos últimos dias. Em janeiro, a Doux deu férias coletivas para 647 funcionários da fábrica em Montenegro, no Vale do Caí. As dificuldades da companhia em honrar o pagamento aos produtores integrados têm levado à falta de matéria-prima.
Nesta quinta-feira, o impasse que perdura há três anos voltou a ser debatido em reunião entre criadores e empresa. A Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag) informou que a empresa garantiu o fornecimento de ração para novos alojamentos. Quanto ao pagamento de atrasados, porém, só deu garantias aos suinocultores.
Em nota, a Doux confirmou que, a partir do próximo dia 5, irá conceder férias de 30 dias aos funcionários de um dos turnos da unidade de Passo Fundo para "equalizar o ritmo de produção".
Apreensão no Norte
Empresa dá férias coletivas para funcionários de unidade de Passo Fundo
Cerca de 600 trabalhadores interromperão trabalhos por 30 dias a partir do dia 5 de março
Leandro Becker
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