O presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac) e do Sindicato dos Aeroviários de Porto Alegre, Celso Klafke, avalia que o destino da greve será definido na quinta-feira. Durante esta quarta-feira, vários contatos seguem sendo mantidos entre empresas e as várias instâncias de representação de aeronautas (tripulação dos aviões) e aeroviários (funcionários de companhias aéreas que trabalham em terra). O governo tem monitorado e intervido nessas conversas, mas sem manifestação institucional.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informa que espera o desdobramento das negociações para se manifestar sobre a paralisação, enquanto o Tribunal Superior do Trabalho (TST), que foi informado sobre o indicativo de greve, aguarda ser provocado por alguma das partes ou pelo Ministério Público para definir regras para a mobilização - como manutenção mínima do serviço.
O presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Gelson Fochesato, destacou que a categoria tem assembleia marcada a partir das 14h de quinta-feira para deliberar sobre as negociações com o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA). Se não houver nova proposta, a greve deve iniciar às 23 horas do dia 22.
- Se até lá, as empresas não oferecerem uma proposta alternativa, a categoria deve discutir na assembleia o tempo da greve e as estratégias para manter o serviço com os 20% dos trabalhadores que nos comprometemos a manter para os voos.
Segundo Fochesato, até a tarde desta quinta-feira, o sindicato não havia recebido nenhuma comunicação oficial de nova proposta por parte das empresas:
- Desde o 16 de setembro, estamos negociando, mas só segunda-feira as empresas aumentaram a proposta de 3% para 6%. Nós já reduzimos o pedido de 13% para 10% e depois para 8%. Já cedemos o suficiente. Somente a inflação para nós não basta. Mas entre a madrugada de hoje e o horário da paralisação, muita coisa ainda pode acontecer.
O SNEA já firmou, no Rio de Janeiro, convenção coletiva com o Simarj (Sindicato do Município do Rio de Janeiro) e o Sindamazon (Sindicato dos Aeroviários da Amazonia), ambos vinculados à Força Sindical e à FNTTA (Federação Nacional dos Trabalhadores em Transporte Aéreo). O acordo tem vigência retroativa a 1º de dezembro, data base do setor. As empresas concederam reajuste salarial de 6,17% nas cláusulas econômicas, exceto piso salarial, vale refeição e cesta básica, que serão corrigidos em 10%. Além disso, foi criado piso para operador de equipamentos, no valor de R$ 1 mil.
O negociador do SNEA, Odilon Junqueira, disse na terça-feira, por meio de nota, acreditar que prevalecerá o bom senso e que a greve programada para quinta-feira não irá se concretizar.
Paralisação nos aeroportos
Sindicatos mantêm previsão de greve, mas aguardam nova proposta
Anac informa que espera o desdobramento das negociações para se manifestar
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