Aguardados pelos produtores atingidos nos quatro Estados mais afetados pela estiagem (RS, SC, PR e MS) o governo federal liberou mais recursos para estancar a crise no setor agropecuário. O anúncio foi feito na Expodireto Cotrijal por lideranças do agronegócio, após videoconferência com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que não veio a Não-Me-Toque.
Serão liberados R$ 1,2 bilhão para rebate das linhas de custeio do Pronaf por meio de medida provisória que deve ser editada até o início da próxima semana. Outros R$ 1,6 bilhão serão liberados para destravar o crédito rural do Plano Safra vigente, via projeto de lei que será votado no Congresso no próximo dia 16. Há expectativa de liberação de outros R$ 600 milhões para equalizar as prorrogações de financiamentos.
O senador Luis Carlos Heinze (PP) relatou as solicitações encaminhadas após audiência com o ministro da Economia, Paulo Guedes, na última terça-feira (8).
O presidente da Cotrijal, Nei Manica, avaliou a reunião com a ministra da Agricultura como "muito importante", e que a ausência de Tereza Cristina na feira é compreensível, diante dos esforços da pasta em buscar recursos. Mas voltou a criticar a ausência do presidente Jair Bolsonaro.
— Mais uma vez não veio o presidente da República. Não vou convidar mais. A ministra é compreensível e queremos fazer um louvor ao trabalho dela em cima das nossas reivindicações. Até ontem (quarta-feira), não tinha nenhuma medida oficializada. Temos medidas positivas, resultado de uma mobilização importante. Estamos irmanados num só objetivo — diz Manica
O presidente da Farsul, Gedeão Pereira, pontua o avanço, mas destacou que ainda faltam recursos:
— Ainda falta resolver o problema dos médios e dos grandes produtores. São recursos que vão acima de R$ 5 bilhões, mas R$ 600 milhões precisam ainda para fechar o semestre na grande agricultura.
O presidente da Fetag-RS, Carlos Joel da Silva, também ressalta que há demandas por atender:
— Ainda não está resolvida a questão da agricultura familiar, apenas encaminhada.