Arrumar a vida financeira começa por saber que vida financeira é essa. Tão preconizado por especialistas, o planejamento é a ferramenta essencial em todo tipo de cenário: para sair do vermelho, poupar em gastos essenciais como alimentação ou fazer investimentos previdentes.
A família precisa conhecer seus hábitos de consumo para identificar o que é importante e em que áreas do cinto pode apertar. Registrar as despesas, do cafezinho ao colégio dos filhos, as torna visíveis. Pode ser em uma planilha ou em um app para smartphone. O importante é saber quanto se ganha e quanto se gasta em cada âmbito da vida, para então trilhar caminhos de contenção, indolores na medida do possível e assertivos na medida do necessário.
Um parâmetro bastante difundido no meio da educação financeira — com variações — é a regra dos “50-15-35”, segundo a qual um orçamento pessoal deve ter 50% das receitas destinadas aos gastos essenciais (moradia, alimentação, saúde e educação), 15% para compromissos financeiros e investimentos e 35% para os gastos em estilo de vida e lazer.
— É comum a pessoa achar que gasta demais em um determinado ponto quando o furo está em outro lugar. Acabamos cortando algo que nos traz prazer, e a vida é feita de pequenos prazeres que nos dão força para buscar os grandes — pondera o educador financeiro Adriano Severo.
A última categoria (gastos em estilo de vida e lazer) tende a ser a com mais margem para cortes quando o cinto aperta. Mas encaixar os gastos essenciais nos 50% também não é tarefa fácil. Começa por não comprar “no automático”.
— Vá às compras com uma lista detalhada, com as quantidades bem definidas. E vá com tempo, que é o fator mais importante de todos para fazer uma compra planejada e com calma – aconselha o presidente da Associação Brasileira dos Educadores Financeiros (Abefin), Reinaldo Domingos.