Eu sei que a inveja é pecado. Acabei de procurar no dicionário uma definição para este sentimento é achei: a pessoa invejosa ignora suas próprias bênçãos e prioriza o status de outra pessoa no lugar do próprio. É o desejo exagerado por posses, habilidades e tudo que outra pessoa tem e consegue. O invejoso ignora tudo o que é e possui para cobiçar o que é do próximo.
Opa, eu não sou assim. Agradeço todos os dias pelo que tenho - especialmente a família maravilhosa e com saúde - e não dou bola para status. Posses? Nunca tive, e sempre me virei bem sem elas. Habilidades? Tenho poucas. Pouquíssimas, aliás. Quer me ver em apuros basta me colocar na cozinha ou para fazer artesanato. Nota zero.
Mas também nunca me fizeram falta. Não é nada disso o que invejo nas outras pessoas. Vou confessar aqui: são só três coisinhas, as quais me fariam muito feliz.
A primeira: poder comer de tudo sem engordar. Muitas pessoas que eu conheço são assim. Que benção! Eu não deixo de comer o que gosto, não tem jeito. É um prazer maior do que a minha vontade de ser magra. Mas adoraria poder fazer isso sem ver a silhueta cada dia mais arredondada...
A segunda: queria deitar e dormir, assim, em questão de segundos. Rolar na cama, em plena madrugada, só é bom quando o livro que está na cabeceira é tão interessante que merece uma noite em claro e o cansaço dobrado no dia seguinte.
E, por último: queria não sentir tanto calor. Nada é tão chique quanto uma mulher que, mesmo num verão de quase 40 graus, consegue manter durante todo o dia a aparência de alguém que acabou de sair do banho: cabelos penteados, pele seca, maquiagem no lugar. Eu já acordo pela manhã com a aparência de quem acabou de correr uma maratona.
Pronto. É isso o que invejo nos outros, sem vergonha de confessar.
O invejoso ignora tudo o que é e possui para cobiçar o que é do próximo
Viviane Bevilacqua
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