Já pulamos as sete ondinhas, comemos sementes de romã (era para comer ou guardar na carteira? Xi! Sei lá!), sete bagas de uva, algumas colheradas de lentilha, usamos roupa branca para trazer paz, vermelha para ter paixão, amarela para atrair amizades, colocamos flores no mar para agradar Iemanjá e cantamos "Adeus ano velho, feliz ano novo, que tudo se realize..."
Até tomamos goles de champanhe morno, para brindar na beira da praia, e voltamos para casa mortos de cansados, depois de gritarmos "êêê..." a cada fogo de artifício que estourava no céu e de abraçar amigos e familiares, num desejo sincero de que tudo seja melhor a partir de agora. O ritual de passagem foi cumprido. Então, pode chegar, novo ano.
Mas será que 2011 reserva surpresas pra gente?
De minha parte, não espero muitas novidades. Não que eu não goste de surpresas, desde que elas sejam positivas. Se assim não for, pode continuar tudo do jeito que está, que já me considero satisfeita.
Meu balanço de final de ano é assim: olho para os lados, à meia-noite do dia 31. Estão todos lá, vivos e com saúde. Meus pais, marido, filhos, irmão, cunhada, sobrinhos... Não falta ninguém. Então, o ano que termina foi ótimo. O resto - que são as coisas materiais - são importantes, sim, mas não essenciais.
Se puder ter boas surpresas, claro que elas serão bem-vindas. Vai dar para fazer aquela viagem sonhada à Europa e passar um mês só conhecendo lugares lindos? Beleza! Vou, finalmente, conseguir perder os vários quilinhos a mais sem ter que abrir mão de comer tudo o que eu gosto? Sensacional! Minha conta no banco vai ficar com um superávit no final do mês? Finalmente! Vamos conseguir, enfim, fazer aquela reforma geral no apartamento? Que bom!
Tudo isso, com certeza, me deixará muito feliz, se acontecer. Mas nada, absolutamente nada, é mais importante do que estarmos todos juntos, comemorando mais um ano de vida.