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Um dos sentidos mais importantes para o desenvolvimento completo da criança é a audição. O bebê já escuta desde o quinto mês de gestação, quando ouve os sons do corpo da mamãe como batimentos cardíacos, respiração e sua voz.
É através da experiência que os nenéns têm com os sons, ainda na barriga da mãe, que se inicia o desenvolvimento da linguagem. Qualquer perda na capacidade auditiva, mesmo que pequena, impede a criança de receber adequadamente as informações sonoras que são essenciais para a aquisição da linguagem. A fonoaudióloga Michelle Trinca Medeiros explica a importância desse exame para os bebês.
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O que é?
O exame consiste na colocação de um fone acoplado a um computador na orelha do bebê que emite sons de fraca intensidade e recolhe as respostas que a orelha interna do bebê produz. Apesar da semelhança do nome com o teste do pezinho, no Teste da Orelhinha não é preciso fazer um furinho na orelha. O exame é extremamente fácil, rápido, indolor e muitas vezes até acalma o bebê por emitir sons que lembram àqueles dentro da barriga da mamãe.
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Quando deve ser feito?
Deve ser realizado já nos primeiros dias de vida e é imprescindível para todos os bebês. Estudos indicam que um bebê que tenha um diagnóstico e intervenção fonoaudiológica até os seis meses de idade pode desenvolver linguagem muito próxima a de uma criança ouvinte.
O grande problema é que a maioria dos diagnósticos de perda auditiva em crianças acontece muito tardiamente, com três ou quatro anos, quando o prejuízo no desenvolvimento emocional, cognitivo, social e de linguagem da criança está seriamente comprometido.
Como é dado o resultado?
Após o final do exame, além do resultado, é passado para o responsável e para o médico que solicitou o exame, um protocolo de avaliação. No caso de suspeita de alguma anormalidade após a realização da triagem, o bebê será encaminhado para uma avaliação otológica e audiológica completa.
Mais dicas da Vanessa?
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Fatores de risco para a surdez
Há os chamados bebês de risco para a surdez. São os casos em que já existe um histórico de surdez na família, intervenção em UTI por mais de 48 horas, infecção congênita (rubéola, sífilis, toxoplasmose, citomegalovirus e herpes), anormalidades craniofaciais (má formação de pavilhão auricular, fissura lábio palatina), fez uso de medicamentos ototóxicos, entre outros. Se o Teste da Orelhinha já e importante para uma criança sem problemas, imagine para essas crianças.
A deficiência auditiva é a doença mais freqüente encontrada no período neonatal quando comparada a outras patologias. Portanto, o Teste da Orelhinha é algo fundamental a todos os bebês, já que os problemas auditivos afetam a qualidade de vida da criança, interferindo em todo o seu desenvolvimento.
É como uma bola de neve: a criança cresce e tem dificuldade em ouvir ou se expressar e, com isso, sente mais dificuldade em se socializar. Isolada por não ter fácil acesso ao grupo de amiguinhos, ela pode apresentar depressão. E por aí vai. Para que isso não aconteça, procure um fonoaudiólogo e faça o Teste da Orelhinha em seu bebê. É um direito dele!
Vanessa Martini é mãe do Theo e jornalista. Tem um blog, o Mãezinha Vai Com As Outras, onde divida a rotina e os aprendizados da maternidade. Escreve semanalmente sobre o assunto em revistadonna.com.