Pertencer a algum grupo é algo fundamental na vida de qualquer pessoa, independente da fase e da situação que esteja vivendo.
E com nós mamães não é diferente. Os grupos de mães tornam o desafio da maternidade mais leve, pois permitem que sentimentos, receios e desejos sejam divididos com outras mães que já viveram, estão vivendo ou que irão viver momentos semelhantes. Indiferente de quantos filhos a gente já tenha, seja o primeiro, o segundo ou o quinto, poder trocar experiências com outras mães sempre é muito importante.
Para a psicóloga Josiane Costa Espanton, cuidar dos filhos de forma solitária pode tornar as mães um pouco rígidas consigo mesmas, o encontro e as trocas geram um impacto direto nos comportamentos das mães, pois desmistificam pensamentos como “eu não sou uma boa mãe”, “nunca acerto com nada que faço”, “eu sou um fracasso”. O intercambio de experiências fortalece as mães mutuamente, além de favorecer a solidariedade e a empatia.
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Ainda segundo Josiane, a leitura de um livro ou a orientação de um especialista dificilmente gera o mesmo resultado do que ouvir um depoimento carregado de emoção, seja de felicidade ou tristeza. Estudos comprovam que, para que algo seja aprendido pelo ser humano, precisa passar pelo afeto, ou seja, para que uma orientação tenha efeito, precisa ”tocar, emocionar” as pessoas e é isso que acontece em um grupo de mães, elas são “tocadas”, dividem sorrisos e lágrimas e aprendem de forma mais suave a lidar com os filhos, aprendem a melhor forma de amamentar, colocar para dormir, quando tirar a fralda, que tipo de brincadeira é adequada, quando introduzir a comida pastosa, o que fazer para diminuir a cólica, como corrigir os comportamentos inadequados, enfim como proceder com a educação dos filhos.
A internet possibilita ainda mais essa troca. Os grupos formados em redes sociais servem como um canal de inspiração para as mães e um local onde elas criam laços afetivos, dividem angústias ou buscam orientação ou uma palavra de conforto e compartilham erros e acertos, sem o peso do julgamento.
Desde que soube da minha gravidez, passei a fazer parte de vários grupos de mães onde pude construir diversas amizades e desmistificar muitos medos que a maternidade nos traz. Poder reunir amigas mães em um compromisso semanal, um contato telefônico ou pelas redes sociais para combinar a pauta do próximo encontro, a responsabilidade de buscar um texto informativo que ajude a “colega” a manejar melhor a situação que está vivendo tem o poder de aproximar, de unir e de preencher essas mães. Certamente, os grupos de mães são “espaços mágicos do bem”, completa Josiane.
Para as mamães que estão chegando agora por aqui, indico alguns grupos virtuais (a maioria do Facebook) como Mães de Porto Alegre, Clube de Mães, Mães da Zona Sul, Maezinha Vai Com as Outras e o Partiu Praça com a Mamãe. Os dois últimos ultrapassaram a "barreira" do computador e organizam encontros presenciais como parques e praças de Porto Alegre, com temas divertidos e muita interação.
Todas as informações estão no meu blog www.maezinhavaicomasoutras.com.br.
Vanessa Martini é mãe do Theo e jornalista. Tem um blog, o Mãezinha Vai Com As Outras, onde divida a rotina e os aprendizados da maternidade. Escreve semanalmente sobre o assunto em revistadonna.com.