O príncipe Harry acusou a família real de omitir informações sobre um grampo em seu telefone por parte da imprensa inglesa. Conforme o The Guardian, o príncipe ainda disse que era obrigado a aceitar uma política de não contestar a mídia do país.
Também de acordo com a reportagem, há documentos arquivados no Tribunal Superior em que Harry declarou que havia um acordo privado entre a família real e o News Group Newspapers (NGN), que publica o Sun. Ele afirmou que a monarquia não era testemunha no processo porque isso poderia abrir uma "lata de minhocas".
— A instituição estava, sem dúvida, retendo informações de mim por um longo tempo sobre o grampo de telefone da NGN, e isso só ficou claro nos últimos anos, quando busquei minha própria reclamação com diferentes conselhos e representações legais — disse o príncipe.
Além das reivindicações contra a NGN, conforme a Reuters, o Duque de Sussex está em Londres para participar de um processo contra os títulos da Associated Newspapers, o Daily Mail e o Mail on Sunday.
Em uma declaração como testemunha ao Supremo Tribunal de Londres divulgada nesta terça-feira (28), ele alega que foi atacado por meios ilegais pelos jornais da empresa, o que inclui interceptação de correio de voz, escutas em telefones fixos e obtenção inapropriada de registros de cartão de crédito. Ele explicou a decisão do processo no depoimento como testemunha.
— Estou fazendo essa reclamação porque amo meu país e continuo profundamente preocupado com o poder, a influência e a criminalidade incontroláveis da Associated. As evidências que vi mostram que os jornalistas da Associated são criminosos com poderes jornalísticos que devem preocupar cada um de nós. O público britânico merece saber toda a extensão desse encobrimento e sinto que é meu dever expô-lo — disse.
De acordo com a Reuters, o filho mais novo do rei Charles III deu início às ações legais contra a Associated no ano passado, junto ao cantor Elton John, seu marido David Furnish, as atrizes Sadie Frost e Liz Hurley, a ativista Doreen Lawrence, cujo filho foi assassinado em um ataque racista, e o ex- legislador Simon Hughes.
A editora responsável pelo Daily Mail nega as acusações. Conforme a Reuters, a editora está tentando arquivar o caso, argumentando que as reivindicações estão fora do prazo para uma ação legal e que algumas violam uma ordem feita durante um inquérito público de um ano sobre os padrões de imprensa que começou em 2011.