Mais um livro promete revelar bastidores da família real. Depois de Finding Freedom ("Encontrando liberdade", na tradução livre), Battle of Brothers: William and Harry - The Friendship and the Feuds ("Batalha dos irmãos: William e Harry - a Amizade e os Feudos") será lançado no dia 20 de outubro e contará detalhes da suposta briga entre os irmãos William e Harry. A obra é escrita por Robert Lacey, biógrafo da família real e que, inclusive, já trabalhou como consultor da série The Crown.
Nos últimos dias, o jornal britânico Daily Mail tem divulgado trechos da obra. Na sexta-feira (2), em uma entrevista para a publicação, o escritor enfatizou que existem dificuldades de ambos os lados, mas que "o palácio se enganou" com Harry e a esposa, Meghan Markle.
No livro, Lacey conta como William se manteve afastado durante as negociações que antecederam a saída dos Sussex da família real. Ele teria afirmado a um amigo: "Passei o braço em volta do meu irmão por toda a vida e não posso mais fazer isso. Somos entidades separadas". As tensões aumentaram quando a rainha Elizabeth II apareceu na transmissão do Natal de 2019 - era clara a ausência de uma foto do filho de Harry e Meghan, o bebê Archie.
"Era inédito a mesa real de Natal não apresentar uma imagem aconchegante do último neto real ou bisneto. Mas em 2019 não havia nenhum sinal do filho de seis meses de Harry e Meghan, Archie", escreve Lacey na obra. "Fontes do palácio também informaram que o plano de representar a linha direta de sucessão real foi entusiasticamente apoiado pelo príncipe William, o que pode ser visto como o envio de uma mensagem a seu irmão mais novo. A mensagem foi recebida e levada a sério".
Na entrevista, o escritor acrescenta:
— Eles sempre tratam mal o segundo filho, para não dizer cruelmente. Aconteceu com a princesa Margaret. Aconteceu com o príncipe Andrew. Eles simplesmente não sabem o que fazer com o sobressalente. Harry percebeu que havia algo podre no coração da realeza que não é para ele — opinou o autor ao jornal britânico, que também disse esperar que “ainda haja tempo para agir” e nutrir uma reconciliação adequada entre eles.
Em outro trecho do livro, o escritor relembra as desavenças entre os irmãos quando Harry começou o namoro com Meghan. William teria ficado preocupado porque a relação estaria avançando rápido demais.
“William não conseguia entender como Harry poderia considerar se casar em menos de dois anos depois do primeiro encontro deles", diz o livro. “A resposta de Harry foi um ‘chega pra lá’ brusco e ofendido".
Diante da reação do irmão, William foi em busca da ajuda de seu tio, Charles Spencer, irmão da princesa Diana.
“Vez após vez, o irmão mais novo de Diana serviu como um padrinho honorário para ambos os meninos, desde os anos após a morte da mãe deles, e o tio deles concordou com William para ver o que eles poderiam fazer”, acrescenta o texto. “O resultado da intervenção de Spencer foi uma explosão ainda mais amarga. Mais uma vez, Harry se negou a desacelerar".
O episódio, então, teria aumentado a irritação de Harry com o irmão.
“Ele não culpou o seu tio. Ele entendeu que o irmão de Diana deveria querer ajudar. Contudo, ele estava furioso com seu irmão mais velho por arrastar outros membros da família pra dentro dessa briga”, descreveu Lacey. De acordo com o autor, “a racha fraternal foi estabelecida. Haveria alguns remendos e reconciliações, especialmente quando era preciso uma demonstração pública de união. Mas aquela raiva e desconfiança, aquela distância, duram até os dias de hoje”.
Ao contrário do que se pensa, o mesmo não aconteceu com as esposas dos irmãos, Meghan e Kate Middleton.
“Meghan e Kate, na verdade, se deram muito bem desde o começo. Elas podem não ser melhores amigas, mas elas se encontraram uma na outra, irmãs outsiders na sua condição extraordinária na realeza, e ambas profissionais tranquilas, tratando-se com um respeito mútuo”, conta a obra.
“Cada uma delas era muito sagaz para tornar uma possível cunhada em uma inimiga – só fazia sentido se elas fossem amigas. O conflito fundamental estava entre os dois homens, que se conheciam a vida inteira e nunca hesitaram em contar um ao outro exatamente o que pensavam e sentiam”.