Em um relato publicado pelo portal The Cut, da New York Magazine, nesta terça-feira (15), a modelo norte-americana Emily Ratajkowski acusa o fotógrafo Jonathan Leder de assédio sexual. O caso teria ocorrido durante uma sessão de fotos na casa do profissional em 2012. Segundo Emily, ela teve de passar a noite no local para finalizar o trabalho.
A modelo conta que o ensaio começou com fotos em que ela vestia uma lingerie, até que Leder sugeriu que fizessem imagens nuas. O fotógrafo, então, teria feito comentários sobre o seu corpo.
"Essa foto é muito boa por causa dos seus mamilos. Os seus mamilos mudam muito de duros para moles. Mas eu gosto quando eles são enormes", teria dito ele, segundo a modelo.
Emily diz que Leder mostrou, em seu celular, a foto de uma mulher com mamilos grandes, e acrescentou: "Gosto quando eles são gigantes. Gigantes e exagerados".
A modelo, que na época tinha 20 anos, conta que Leader ofereceu várias taças de vinho durante o ensaio, e ela aceitou - nos Estados Unidos, menores de 21 anos não podem beber, segundo a lei. Algumas horas depois, Emily disse que a maquiadora, que os acompanhava na sessão, foi dormir, deixando os dois sozinhos.
"Estava chateada com ela por me deixar, mas não queria admitir para mim mesma que sua presença fizera diferença. Posso lidar com ele sozinha, pensei. (...). Comecei a falar mais rápido e mais alto. Eu tinha bebido tanto vinho açucarado que me senti bem acordada, embora muito, muito bêbada. A próxima coisa de que me lembro é de estar no escuro", disse ela.
Emily então relata não lembrar claramente como o ensaio acabou, mas que sua próxima memória é estar no sofá, nua, embaixo de uma coberta com Leder. Foi quando o assédio aconteceu, segundo a modelo.
"A maior parte do que veio a seguir foi um borrão, exceto pela sensação. Não me lembro de beijar, mas me lembro de seus dedos, de repente, estarem dentro de mim. Cada vez mais forte e empurrando como ninguém havia me tocado antes, e como ninguém me tocou desde então. Conseguia sentir o meu formato e relevo, e doía muito. Eu levantei minha mão instintivamente para seu pulso e puxei seus dedos para fora de mim com força. Eu não disse uma palavra. Ele se levantou abruptamente e correu silenciosamente para a escuridão escada acima", escreveu Emily.
A modelo então conta que passou a noite em um dos quartos que usaram para a sessão de fotos.
"Estava confusa sobre o motivo de Jonathan ter partido sem dizer uma palavra e com medo de que ele voltasse", lembrou ela.
No dia seguinte, o fotógrafo agiu como se nada tivesse acontecido, e inclusive postou uma das fotos do ensaio em seu perfil do Instagram com a legenda "iCarly", fazendo referência ao seriado adolescente do qual Emily participou quando era mais nova.
Cinco anos depois, o fotógrafo lançou um livro e fez uma exposição com as fotos daquele ensaio - sem pagar Emily, afirma ela. A modelo tentou acionar seus advogados, já que o contrato previa que as imagens fossem apenas publicadas em uma revista na época, mas não tinha dinheiro para seguir com o processo.
Contatado pela New York Magazine, Leder afirmou que as alegações são "espalhafatosas e infantis demais para responder".
— Você sabe de quem estamos falando, né? Essa é a garota que posou nua na revista Treats, e saltitou pelada naquele clipe do Robin Thicke. Você quer mesmo que alguém acredite que ela era uma vítima? — questionou.
Em seu perfil do Instagram, ao divulgar a publicação do relato, Emily recebeu o apoio de várias celebridades, como da modelo Chiara Ferragni, que comentou na publicação: "Muito bem, lindamente escrito e compartilhando uma mensagem muito profunda".
A modelo Ashley Graham escreveu: "Muito orgulhosa de você, Em".
Já Lily Aldridge, também modelo, contou ter se emocionado com o texto: "Eu li cada palavra e depois chorei no meu carro. Muito amor e respeito por você. Te amo, doce Emily".
"Maravilhoso", resumiu Gigi Hadid.