Harvey Weinstein, 67 anos, teria sugerido que Jennifer Aniston, 51, "deveria ser morta" após ele ficar sabendo que o tabloide americano National Enquirer pretendia publicar uma denúncia de assédio do ex-produtor contra a atriz. A notícia foi publicada na terça-feira (10) pelo Page Six e reproduzida pela imprensa estrangeira.
Segundo o site, a frase apareceu em e-mails que foram trocados entre Weinstein e sua porta-voz, e que estavam guardados em sigilo na Suprema Corte de Manhattan. Nesta quarta (11), deve ser proclamada a sentença de Weinstein, que foi um dos nomes mais poderosos da indústria cinematográfica.
No dia 24 de fevereiro, um júri formado por sete homens e cinco mulheres condenou Weinstein em duas das cinco alegações contra ele: abuso sexual e estupro. E o inocentaram da mais grave, a de comportamento sexual predatório, que podia levá-lo à prisão perpétua.
As denúncias contra Weinstein serviram de gatilho para o movimento Me Too, que incentivou dezenas de mulheres a irem a público falar sobre casos de assédio sexual que sofreram, especialmente em Hollywood. Dois desses casos tiveram como consequência a sentença que Weinstein enfrentará nesta quarta: o de Jessica Mann, que o acusou de estuprá-la num hotel em 2013, e o de Miriam Haley, que o denunciou por ter praticado sexo oral nela à força em 2006.
Foi no meio do auge da avalanche de denúncias do #MeToo, em 31 de outubro de 2017, que Sallie Hofmeister, porta-voz do então produtor, enviou um e-mail perguntando se ele sabia sobre a suposta denúncia que o National Enquirer faria envolvendo o nome de Aniston.
Na troca de mensagens, segundo o Page Six, dizia que o tabloide publicaria a notícia que a atriz tinha confidenciado a uma amiga que durante a produção do filme Fora de Rumo (2005), Weinstein a agrediu sexualmente, pressionado a atriz pelas costas e "agarrando suas nádegas".
Além disso, de acordo com o site, Aniston também ficava desconfortável, porque ao longo dos anos, o ex-produtor "frequentemente olhava para o decote dela e movia a boca". O jornal americano cita ainda uma fonte próxima à atriz, que dizia que ele tinha uma "queda enorme por ela e falava constantemente sobre como ela era gostosa".
De acordo com o Page Six, cerca de 45 minutos depois de receber o e-mail de sua porta voz, Weinstein usou seu iPhone para enviar a Hofmeister uma resposta curta e direta: "Jen Aniston deveria ser morta".
No entanto, a denúncia nunca foi publicada pelo tabloide. Stephen Huvane, porta-voz da atriz, disse que ela nunca foi assediada ou agredida pelo ex-produtor.
"Ele nunca chegou perto o suficiente para tocá-la e ela nunca esteve sozinha com ele", afirmou Huvane.
No ano passado, em entrevista à revista Variety, Aniston afirmou que Weinstein teve um comportamento grosseiro durante o jantar de lançamento do filme.
– Lembro que estava sentada à mesa do jantar com Clive [Owen], e nossos produtores e um amigo meu estavam sentados comigo. E ele literalmente chegou à mesa e disse ao meu amigo: "Levante-se!" E eu fiquei tipo "Oh meu Deus". E então meu amigo se levantou e se mudou e Harvey se sentou. Foi exatamente esse nível de comportamento grosseiro – contou a atriz.
Na mesma entrevista, ela também afirmou que Weinstein tentou intimidá-la a usar um vestido desenhado por sua então mulher, Georgina Chapman, para a estreia do longa, mas ela se negou.