Os exercícios físicos sem peso e ao ar livre ganharam destaque na pandemia e têm conquistado cada vez mais adeptos. A calistenia, como é chamado o esporte, é uma opção prática e interessante para quem não gosta do ambiente fechado da academia e prefere estar fazendo as atividades na rua, nos parques.
Os exercícios da técnica trabalham o corpo como um todo, passando por resistência, força, coordenação e estabilidade, com o objetivo de alongar e fortalecer os músculos. A principal diferença para as outras atividades é a utilização do próprio peso para a execução dos movimentos, como explica a professora de educação física Bruna Rodrigues da Silva Knewitz.
— Pode ser praticado em diversos lugares, não precisa de máquina e de halteres como na academia — aponta.
Mesmo sem aparelhos e pesos envolvidos, a profissional explica que é possível ganhar massa muscular com a calistenia, mesmo quem está iniciando.
— Qualquer atividade física constante faz com que o metabolismo acelere e gere o ganho de massa muscular — frisa.
A duração de um treino de calistenia pode variar entre 40 minutos e 1h30min, dependendo de cada indivíduo.
Os benefícios vão além da praticidade: o esporte promove ganho de força, melhora a coordenação motora e a flexibilidade, ativa o metabolismo, ajuda na queima de calorias, entre outros.
A professora detalhou os movimentos mais populares da calistenia:
- Agachamento livre com peso corporal, usado para fortalecer glúteos e pernas
- Flexão de braço, que há tempos é feita em quartel
- Tríceps no banco
- Entre outros diversos exercícios que podem ser feitos usando apenas o peso corporal
Com a prática, o grau de dificuldade dos movimentos pode evoluir, dependendo da vontade de cada um. Dessa forma, alunos avançados incluem ainda parada de mão e exercícios na barra fixa, que são típicos de ginástica e crossfit.
Orientação é fundamental
Embora a calistenia seja um esporte democrático, que pode ser feito por qualquer indivíduo saudável e sem lesão grave, sempre deve ser orientada por um profissional. Inclusive, o maior alerta sobre essa modalidade é para a necessidade de acompanhamento, mesmo quando os exercícios são considerados mais "simples".
— As pessoas que são contrárias à prática (criticam) justamente por conta do não acompanhamento. Porque tem muita muita lesão, principalmente de ombro e de joelho. Isso acontece na academia também, porém os dados são bem maiores em atividades ao ar livre — destaca a professora de educação física.
Bruna Rodrigues da Silva Knewitz entende que, muitas vezes, as pessoas olham um vídeo na internet e tentam reproduzir sem o mínimo de orientação e consciência corporal. Com isso, podem executar os exercícios de forma errada, o que pode causar lesões graves.
— A questão é que a pessoa no vídeo já faz uma atividade física, já procurou uma orientação, já foi induzida a fazer aquilo. Aí, uma pessoa leiga tenta reproduzir e acaba se machucando. Quando não ocorre orientação de um profissional da área, o indivíduo pode se lesionar como ocorre em qualquer outra modalidade — explica.