Baixo custo: apartamento é transformado em moradia compartilhada para jovens
Valorização das características do imóvel e ambientes descolados compõem o espaço pensado para acompanhar o ritmo de vida dinâmico dos moradores temporários
A ênfase ao aspecto natural do parquê e dos tijolos foi complementada pelos demais elementos: tapetes em fibra de taboa com algodão, vasos cerâmicos, cortinas em linho e luminárias de índios caingangues em cipó raspado. Um banco contínuo em formato L serve tanto de assento quanto de mesa de canto. Executado em compensado naval e pintado com o esmalte Colonial Branco fosco, ganhou colchonetes executados com colchões de espuma cortados e encapados com tecido de tom cruMarcelo Donadussi / Divulgação
Descomplicar a vida é um dos lemas de vida da geração nascida a partir da década de 1980. Além da praticidade do dia a dia, também é característica dos millennials um certo pé na estrada. Com esta turma, cresceu também a demanda por moradas compartilhadas, como este apartamento em Porto Alegre, que passou por uma reforma para acomodar estudantes, viajantes e os chamados nômades digitais com conforto e um jeitinho de lar.
– A inspiração vem da própria edificação. É uma celebração do preexistente. Elementos originais foram identificados e valorizados. A proposta é que esses espaços possam inspirar a convivência e a troca de experiências – conta a arquiteta Camila Cavalheiro, que assina o projeto.
A ampla sala era ainda maior: uma nova parede setorizou um cômodo que foi transformado em um dos quartos para casais. Segundo Camila, a paleta de cores teve como ponto de partida o terracota dos tijolos maciços, criando uma composição terrosa sobre a base branca, com nuanças de mostarda e verde-musgo.
Com orçamento enxuto, a arquiteta tirou partido de muitos recursos com compensado naval e valorizou a iluminação, mantendo os pontos de luz existentes e criando novos que se fizeram necessários. Na cozinha, a mesma ideia de economizar nos recursos se fez presente: o piso e a bancada de granito foram mantidos, e as paredes estão pintadas para esconder a antiga estampa floral dos azulejos.
Na zona de jantar, a solução encontrada foi apoiar um tampo feito com madeira reciclada de outro apartamento (eram marcos de portas) sobre dois cavaletes da Tok&Stok. Pintura em tom mostarda cria um elo entre parede e tetoMarcelo Donadussi / Divulgação
O quarto de casal originalmente fazia parte do grande living, que foi dividido com uma parede de gesso acartonado com isolamento acústico. A mesa de cabeceira e a escrivaninha são de compensado navail apoiado por mãos francesas, e o armário é um modelo simples que ganhou novos puxadores dourados (abaixo)Marcelo Donadussi / Divulgação
Marcelo Donadussi / Divulgação
Deslocada para próximo da janela, a cama de casal possibilitou a inclusão, em uma das laterais, de uma bancada mais larga, com o suporte de três cestos para
a organização no dia a dia. Para manter a identidade do projeto, a parede e as cortinas remetem ao estilo da salaMarcelo Donadussi / Divulgação
A solução para este quarto foi encostar a cama na parede. Uma pequena mesa faz
as vezes de criado-mudoMarcelo Donadussi / Divulgação