Começam a vigorar nesta semana as novas regras para retirada do mercado brasileiro das lâmpadas incandescentes, que atualmente são responsáveis pela iluminação de cerca da metade das residências brasileiras. De acordo com o Ministério de Minas e Energia, de 30 de junho deste ano a 30 de junho de 2016, a saída das incandescentes do mercado deve afetar direta e positivamente o meio ambiente e a vida dos brasileiros. As opções substitutas são mais econômicas e, devido à maior durabilidade, gerarão menos resíduos, sendo bom não apenas para o bolso do consumidor, mas também para o planeta.
- As lâmpadas incandescentes, que consomem 10% da energia para gerar luz, desperdiçando os 90% restante para geração de calor, não atendem mais as demandas por eficiência e durabilidade, tanto que muitos países já a baniram do mercado - explica o diretor da Divisão de LED da Lâmpadas Golden, Ricardo Cricci.
A substituição, porém, não extinguirá as opções para troca, nem obrigará o consumidor a pagar mais caro sem retorno financeiro. Hoje, há alternativas mais econômicas e eficientes que as incandescentes. As mais comuns são as fluorescentes compactas, capazes de economizar até 80% de energia e que podem ser colocadas no mesmo soquete das anteriores.
Além delas, também há como opção as halógenas e o Ligh Emiting Diodes (LED), que apesar de um preço mais elevado, produzem maior quantidade de luz consumindo menos energia. Ou seja, gasta-se um pouco mais quando compra, mas economiza na hora de pagar a conta de luz e se tem um produto que dura por bastante tempo, evitando a recompra num curto espaço de tempo. A tendência de consumo aponta favoravelmente para as fontes eficientes, com baixo índice de metais pesados, de longa duração e de Índice de Reprodução de Cor (IRC) elevado. Neste aspecto, o LED destaca-se como uma das melhores alternativas disponíveis no mercado. Com vida útil que pode chegar a 25 mil horas e baixo consumo de energia, ele é a coqueluche do momento.
Ambiente Home Office Karl Lagerfeld do arquiteto Carlos Lemos na Casa COR RS 2012 utilizou iluminação em LED com o sistema RGB, que permite a alteração da cor e, assim, cria diferentes efeitos visuais na luminária Médousa, de criação própria (clique sobre a foto para vê-la em tamanho maior). Foto: Carlos Lemos, Divulgação
Segundo Cricci, daqui quatro anos os investimentos na tecnologia LED devem representar 50% do consumo total de lâmpada no país.
- Esta tendência tem motivado a diversificação da oferta de produtos ligados ao mercado sustentável, forçando uma verdadeira revolução no portfólio de fabricantes de lâmpadas - diz.
Arquiteta Betina Gomes também utilizou iluminação em LED no ambiente Novo Lar, presente na Casa Cor RS 2012. Foto: Betina Gomes, Divulgação
Ao mesmo tempo em que o aumento do poder de compra do brasileiro permite o acesso a produtos antes inacessíveis, no quesito lâmpada a atitude vem mudando desde o apagão de 2001. Decorridos 11 anos da entrada das lâmpadas fluorescentes compactas, elas atualmente representam cerca de 200 milhões de unidades vendidas o que, segundo Cricci, um índice muito pequeno quando comparado ao tamanho do mercado, visto que a lâmpada incandescente ainda é responsável por aproximadamente 50% da iluminação residencial no Brasil. Segundo ele, o Brasil ainda tem muito a avançar em eficiência energética no quesito iluminação.
- Com a legislação que prevê a retirada gradual destas lâmpadas, este se apresenta como um mercado promissor para as empresas de iluminação. Segundo técnicos do Ministério das Minas e Energia, só a substituição de lâmpadas por modelos mais econômicos geraria ao país uma economia de 10 milhões MWH/ano até 2030.