A inspiração para um bom closet contemporâneo pode vir de uma revista de moda, de uma linha arquitetônica, das cores e das formas da obra de um artista plástico, da tela do cinema, de uma personalidade audaciosa... Sim! Hoje a gente fala das duas últimas. 

A elegante atriz Audrey Hepburn e seus papéis nos filmes em que trabalhou são, sem dúvida, uma deliciosa referência de moda real para hoje ou para qualquer tempo, já que o que é de fato bom tem prazo eterno de validade, não é mesmo? E tudo vai depender de como você adaptar à sua personalidade e ao seu dia a dia.

Difícil separar Audrey e suas personagens, já que a atriz belga imprimia o requinte singular, os traços suaves de quem foi quase bailarina profissional, o sorriso graciosamente sexy em sua Sabrina, sua Holly, sua Regina, sua Jo. Todas tinham um pouco de Audrey. Audrey tinha um pouco de todas. 

Não à toa, foi Audrey quem quis Givenchy assinando os figurinos do famoso Bonequinha de Luxo (1961), que se tornou uma referência de glamour e até provocou um certo atrito entre o estilista francês e a famosa Edith Head, a figurinista-ícone do cinema, que não teria dado os devidos créditos ao mestre da costura - mas isso é outra pauta... 

E sim. As personagens da atriz, quando não de época, são uma perfeita tradução do estilo do período, do que se usava então, do que Audrey usava então, como a gente nos filmes que vão inspirar você já. Adote sem erro!

Em Sabrina (1954), como a filha do motorista de uma família de milionários que vai estudar em Paris, Audrey retorna ao lar americano com je-ne-sais-quoi todo especial, um coquetismo arrebatador. Embora seja um vestido de gala branco a peça mais icônica do longa, a nossa escolha para inspirar você é um mídi preto de cintura marcada (na foto ao lado), representante essencial do lady like, um estilo que pode ser usado a qualquer hora e sempre. 

Fica lindo "purinho", mas se quiser incrementar combine com uma jaqueta de couro e uma bota pesada ou quem sabe com um blazer alongado e desestruturado e um oxford ou ainda com uma jaqueta jeans e um tênis ao estilo dos de skate. Tudo vai depender do seu paladar.

Para Cinderela em Paris (1957), a intelectual que vira um modelo tem algo muito especial no quesito estilo: a influência de um jeito simples de vestir que acompanha o movimento filosófico existencialista. Toda de preto, com golas rulês, Jon reverte atenções nos cafés enfumaçados da capital francesa. E nada mais chique para qualquer dia a dia do que uma calça de alfaiataria de corte sequinho e um pulôver em preto. Elegante sob qualquer tempo e espaço. Use com sapatilhas, scarpins ou até mesmo sapatos mais pesados. Tá frio? Combine com jaquetas de couro ou mantôs alongados.

Em Bonequinha de Luxo (1961), no qual Audrey vive Holly Golightly, uma encantadora – e perspicaz – prostituta criada pelo genial Truman Capote, o visual clássico é referência, com destaque ao longo preto usado pela atriz ao comer um croissant em frente à famosa vitrine da Tiffany – o modelo foi leiloado por “módicos” 800 mil dólares em 2006. 

Mas o que a gente acha mais bacana para o hoje é mesmo o colar que acompanha esse vestido: um máxi modelo de pérolas. O que isso confirma? Que uma boa joia ou uma poderosa biju apimenta o tradicional de uma forma maravilhosa. Aposte em colares enormes com peças de shapes minimalistas e clássicos. Sem erro!

Em Charada (1963), que tem um figurino de provocar suspiros, Audrey adota casquetes e os famosos conjuntinhos, principalmente de vestido e casacos 7/8, com linhas futuristas e requintadas, bem ao gosto da moda da época, que é um luxo!

Mas o que a gente mais ama?! A audácia de cores, que se mantém sempre atual em qualquer guarda-roupa. 

O casaco amarelo (na foto ao lado) é tudo de bom e anima qualquer visual, do jeans ao vestido básico, ad eternum.