Você vê que a idade pegou quando começa a prestar atenção na cadeira do restaurante. Me lembro de uma situação de dez anos atrás quando, pela primeira vez, vi um amigo reclamar do conforto do assento. O mesmo me confidenciou que esse era um dos principais filtros na hora de escolher o restaurante. Achei estranho.
Com o passar dos anos, fui valorizando uma boa cadeira. Assento macio? Check. Apoio para os braços? Gostei. Altura correta? Me ganhou. Não vá pensando que eu sou um chato. Eu topo qualquer cadeirinha de plástico no pé sujo. Mas se for para ficar horas em um restaurante, uma boa cadeira tem o seu valor.
Conversando com os donos de alguns estabelecimentos que fizeram pesquisas de satisfação com seus clientes, descobri que essa é uma reclamação constante em vários lugares. Parece bobagem, mas impacta muito no bem-estar ao longo da refeição. Ou vai dizer que você nunca saiu com a bunda dura de uma daquelas cadeirinhas de madeira de bar?
Dizem que alguns fast-foods fazem as cadeiras desconfortáveis justamente para você não se apegar e a fila andar. Faz sentido. E muitos bares oferecem banquetas sem encosto para estimular a circulação. Eu, que adoro um balcão de bar, tenho reparado que um mínimo de encosto me faz tomar um drink a mais.
Agora, se você quer irritar alguém com TOC, experimente uma cadeira com uma perna bamba. É de matar! Você não sossega com o vai e vem da cadeira irregular. O bom e velho calço de guardanapo vira seu melhor amigo. Eu sinto falta mesmo de uma boa cadeira é na hora do piquenique. Fico me retorcendo até achar a posição menos desconfortável para atacar a comida. Certa está minha amiga e sócia Lela, que leva sua cadeira de estimação para qualquer praia ou praça. Até espaço para colocar a bebida tem. Acho que vou aceitar a idade e comprar uma...
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A cadeira do restaurante | Diego Fabris
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