
Se depender dos bastidores, muitas novelas brasileiras seriam bem diferentes do que o público viu no ar. Protagonistas rejeitadas, vilãs improvisadas e trocas de última hora ajudaram a moldar tramas marcantes da televisão nacional.
Paolla Oliveira, a Heleninha Roitman, no remake de Vale Tudo, que estreou no último mês, por exemplo, não era a primeira opção da autora Manuela Dias nem do diretor Paulo Silvestrini.
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, foi ela quem pediu para fazer o teste e acabou convencendo a equipe com a interpretação.
Casos como o de Paolla não são uma novidade na teledramaturgia brasileira. Diversos personagens só foram interpretados por alguns atores após recusas, substituições ou mesmo decisões de última hora.
Atores que não foram a primeira escolha para papéis marcantes
A seguir, relembre 10 exemplos de atores e atrizes que conseguiram papel após mudanças de elenco.
Beatriz Segall como Odete Roitman em Vale Tudo (1988)

Hoje é impossível pensar em Vale Tudo sem a presença de Beatriz Segall, que interpretou a vilã Odete Roitman. No entanto, a atriz foi a terceira opção de Gilberto Braga para o papel.
Inicialmente, o autor pensou em Odete Lara ou Tônia Carrero, que acabaram recusando o papel. A escolha por ela, porém, definiu uma das antagonistas mais lembradas da história da televisão brasileira, com a famosa frase "Quem matou Odete Roitman?".
Claudio Marzo como José Leôncio em Pantanal (1990)

Carlos Alberto, galã dos anos 1960 e 1970, havia sido escalado para interpretar o fazendeiro em Pantanal, da TV Manchete.
No entanto, o ator não se adaptou à rotina das gravações e, segundo relatos da época, se recusava a montar a cavalo — algo necessário para o papel.
A emissora decidiu substituí-lo, e Claudio Marzo entrou em cena. O sucesso foi tanto que ele apareceu no remake da trama, em uma homenagem ao ator, falecido em 2015.
Taís Araújo como Xica da Silva em Xica da Silva (1996)

Várias atrizes foram cogitadas para a personagem principal da novela. Inicialmente, o diretor Walter Avancini havia chamado Luiza Avellar, que, inclusive, chegou a participar da pré-produção.
No entanto, pouco antes das gravações, ele mudou de ideia, afirmando que que a atriz era “muito doce” para o papel. Foi então que ele optou por Taís Araújo, então com 17 anos. Ela se tornou a primeira protagonista negra de uma novela no horário nobre.
Guilherme Piva como José Maria em Xica da Silva (1996)

Marco Polo Giacomini chegou a gravar cerca de 20 cenas como José Maria, mas deixou o elenco alegando dificuldades com o estilo de direção de Avancini.
Guilherme Piva herdou o papel e regravou todas as cenas. Antes deles, o personagem ainda foi oferecido para Eduardo Dussek, que acabou ficando com outro papel na novela.
Drica Moraes como Violante em Xica da Silva (1996)

A rival da protagonista foi oferecida inicialmente para atriz Kristhel Byancco, que recusou por estar grávida.
Ela ainda participou da novela com outro papel, mas quem ficou com a vilã, Violante, foi Drica Moraes, em uma das atuações mais elogiadas da trama.
Lucélia Santos em Escrava Isaura (1976)

Mesmo sendo a protagonista da segunda novela mais exportada da história da TV brasileira, Lucélia Santos só conseguiu o papel após o diretor, Herval Rossano, insistir em sua escalação.
Gilberto Braga, autor da trama, preferia uma atriz mais experiente. A decisão de Rossano, porém, acabou sendo acertada e, o sucesso, levou a novela para mais de cem países.
Lucélia Santos em Carmem (1987)

Mais de uma década depois, Lucélia quase perdeu outro papel importante. Em Carmem, da Manchete, a autora Glória Perez queria Vera Fischer como protagonista.
Porém, o diretor José Wilker optou por manter Lucélia, pois a emissora não tinha orçamento para contratar Vera. A atriz garantiu a permanência e protagonizou mais uma novela.
Patrícia De Sabrit em Olho no Olho (1993)

Luana Piovani foi revelada na minissérie Sex Appeal e, logo em seguida, recebeu o convite para protagonizar Olho no Olho.
No entanto, a atriz recusou o papel, que acabou ficando com Patrícia De Sabrit. O sucesso foi ainda maior após interpretar a protagonista Pérola em Pérola Negra (1998). Ela, porém, acabou se distanciando da carreira de atriz.
Márcia Cabrita em Sai de Baixo (1997)

A personagem Edileuza, empregada doméstica do programa humorístico, foi vivida inicialmente por Claudia Jimenez. Com divergências criativas, a atriz deixou o elenco.
Ilana Kaplan assumiu por pouco tempo, mas não agradou a direção. Márcia Cabrita entrou na sequência e permaneceu até o fim da primeira fase do programa.
Elenco de Quatro por Quatro (1994)

A novela de Carlos Lombardi enfrentou dificuldades já na pré-produção. O autor queria com um quarteto principal formado por Malu Mader, Eliane Giardini, Bruna Lombardi e Adriana Esteves.
Com recusas e conflitos de agenda, os papéis foram redistribuídos: entraram Cristiana Oliveira, Elizabeth Savalla, Betty Lago e Letícia Spiller. A última assumiria ainda um papel secundário, mas herdou uma das protagonistas, a Babalu, após a saída de Adriana Esteves.
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