Para o ator Tony Ramos, a morte de Ney Latorraca nesta quinta-feira (26), aos 80 anos, representa a perda de "um grande pensador" ao Brasil. Em entrevista ao Gaúcha Mais, da Rádio Gaúcha, ele falou sobre a relação próxima que mantinha com o colega de profissão e o definiu como um "homem em constante mutação".
— O Ney é um ator de tantos recursos, na voz, corporal. Ele era um homem em constante mutação, dependendo da personagem. Um ator não pode se filtrar, tem que servir a uma personagem, e ele sempre foi isso — disse.
Com a voz abatida e serena, Ramos contou que recebeu a notícia pela imprensa e torceu para ser "apenas um alarme falso". A ficha caiu após uma ligação da Globo, momento em que descreveu como "dor".
— Entre aspas, fazer de conta que ele não foi, apesar de saber que ele fez a passagem dele. Você tem que racionalizar, entender e ver todos os filmes que você tem na sua vida. E você se lembrando de momentos tão lindos vividos com ele, outros de convivência doméstica, nossas famílias, aniversário. Enfim, prefiro lembrar dele assim — expressou.
Em pouco mais de 10 minutos de entrevista à Kelly Matos e Paulo Germano, Tony Ramos não poupou elogios ao amigo. Destacou a generosidade e companheirismo do colega de profissão. Também o descreveu como alguém "muito discreto", de opinião "contundente" e que preenchia os ambientes com alegria.
Ramos também comentou sobre o lado caridoso de Ney Latorraca, que doou quatro apartamentos à instituições de caridade do Rio de Janeiro e São Paulo.
— Ele era um homem muito quieto e como ele sempre dizia: "faz com calma, tranquilidade e que seja o melhor para quem recebeu, nunca esperando nada em troca".