Celebrando os 50 anos do programa Fantástico, o primeiro episódio da série documental que revisita cada década da atração foi ao ar no último domingo (6). Abordando a concepção e o início da revista eletrônica, a série chamou atenção ao trazer personagens que fizeram parte daqueles anos com a ajuda da tecnologia.
O programa recorreu à inteligência artificial para recriar reportagens e clipes perdidos no incêndio que destruiu parte dos estúdios da TV Globo, em 1976. As fitas com os seis primeiros meses do Fantástico foram queimadas. Então, elementos do primeiro Show da Vida foram relembrados com a tecnologia.
O episódio trouxe Nizo Netto dando vida ao Azambuja, personagem criado pelo seu pai, Chico Anysio. O humorista apresentava um quadro humorístico todo domingo no Fantástico, praticamente um monólogo de stand-up. Nizo emprestou seu corpo para que a IA refizesse a atuação de Chico no programa. No quadro, primeiro aparece o filho entrando em cena e seu rosto se transforma no do pai.
O cantor Ney Matogrosso viu a reprodução do clipe de Sangue Latino — inspirado na capa do primeiro disco do grupo Secos & Molhados, com as cabeças dos integrantes servidas em bandeja —, recriado pela IA. Naquela época, o programa se notabilizava pela produção própria de clipes musicais.
— A única diferença é que esse aí está muito alegre, e o Secos & Molhados era mais misterioso — comentou Ney. — É tão perfeito que parece que sou eu.
Ainda, o episódio recriou a atriz e apresentadora Sandra Bréa cantando e dançando numa homenagem à Marilyn Monroe, além de rejuvenescer Léo Batista no quadro que ele dava os resultados da loteria esportiva, ao lado da mascote Zebrinha.
Como foi feito
O trabalho de recriação de quadros do Fantástico foi realizado pelo jornalista e editor de vídeos Bruno Sartori, que é referência na técnica de deepfake — uso de IA em vídeos para alterar o rosto de pessoas, sincronizar movimentos labiais e expressões, sobrepor áudios, entre outros detalhes.
— Com essa tecnologia (IA), a gente reúne um banco de imagens — explica Sartori no documentário. — Com esse banco de imagens, o computador aprende a simular o rosto das pessoas e inserir em outros vídeos.
Assista abaixo como foi o processo de Sartori: