Fogo e sangue: é tudo o que o público espera da nova série da HBO House of the Dragon, que deve retornar ao universo de Game of Thrones para contar as origens da Casa Targaryen. Isto porque, muito antes de Daenerys resolver destruir Porto Real em um ataque de piromania, a sina de sua família já estava intrinsecamente ligada à loucura e à guerra.
“Qualquer criança sabe que os Targaryen sempre dançaram demasiado perto da loucura. Seu pai não foi o primeiro. O Rei Jaehaerys disse-me um dia que a loucura e a grandeza eram dois lados da mesma moeda. ‘Sempre que um novo Targaryen nasce’, disse ele, 'os deuses atiram uma moeda ao ar e o mundo segura a respiração para ver de que lado cairá’”, descreve Sor Barristan Selmy no livro A Tormenta de Espadas.
As ligações com As Crônicas do Gelo e do Fogo, no entanto, não serão levadas às últimas consequências, uma vez que a nova trama será ambientada 300 anos antes dos eventos narrados na saga — ou seja, nada de Khaleesi. House of the Dragon será inspirada no livro Fogo & Sangue (Editora Suma, 664 páginas), também de George R.R. Martin. A obra é uma coletânea ilustrada, que busca apresentar de um modo "histórico" os feitos dos Targaryen.
Os showrunners da nova produção são Ryan Condal (roteirista da série Colony) e Miguel Sapochnik (que dirigiu seis episódios de Game of Thrones ao longo das oito temporadas). R.R. Martin aparece como produtor executivo.
— O universo de Game of Thrones é tão rico de histórias. Estamos ansiosos por explorar as origens dos Targaryens e o período anterior de Westeros — disse Casey Bloys, presidente de programação da HBO, à época do anúncio da série.
Trama
A jornada dos Targaryen até a criação do Trono de Ferro e seu posterior domínio dos Sete Reinos é ilustrada no livro Fogo & Sangue. Caso os produtores sejam fiéis ao material original, o público pode esperar que a nova série acompanhe os passos de Aegon, o Conquistador, em sua jornada ao poder, após a família de senhores de dragões sobreviver à destruição de Valíria.
A história segue as gerações seguintes da Casa, que lutaram para manter sua posição privilegiada, até o desfecho conhecido como Dança dos Dragões, guerra civil que quase destruiu a dinastia. No conflito, que se alongou por três anos, os irmãos Aegon II e Rhaenyra lutaram até a morte pelo Trono de Ferro, vago após a morte de seu pai, o rei Viserys I, quinto da Casa Targaryen na posição.
As informações do Knife Edge Media parecem confirmar que, pelo menos em parte, será o caso. Em janeiro, o portal divulgou que a produção havia começado audições para três protagonistas da nova produção: o próprio Aegon, assim como Visenya e Rhaenys Targaryen. As duas eram irmãs e esposas de Aegon — os casamentos consanguíneos são uma das peculiaridades da Casa.
Em janeiro, Casey Bloys afirmou ao site Deadline que a série ainda estava sendo escrita, mas que acreditava que uma estreia em 2022 seria possível. Mesmo com o avanço da crise por conta do coronavírus, parece que o trabalho dos showrunners segue a todo vapor. Em 23 de junho, R.R. Martin escreveu em seu site Not a Blog: "Hollywood diminuiu a velocidade por causa da pandemia, mas House of the Dragon ainda está voando maravilhosamente, graças a Ryan Condal e seus escritores, e ao incansável Ti Mikkel".
Antes disto, o escritor já havia comentado que pretende se envolver mais nesta série, do que em Game of Thrones, aspirando escrever o roteiro de alguns episódios, mas não antes de finalizar Os Ventos do Inverno. Felizmente para os fãs, parece que a quarentena está o tornando mais proativo, e a expectativa é de que livro seja concluído em 2021.