Na madrugada desta terça-feira (19), o programa Conversa com Bial retornou ao ar. A entrevista que marcou a volta foi com Gloria Maria, que abordou momentos significativos da sua vida e carreira. A jornalista, que recentemente teve que lidar com a morte da mãe e um tumor no cérebro, afirmou que todas as situações foram uma espécie de benção para ela.
— Eu não sei se vou ter força pra mais coisa, mas até agora eu tô legal, eu tô inteira. Nunca fiz a pergunta "por que comigo? Por que eu?". Não. Tudo isso na verdade foi uma bênção. Deus me concedeu a graça de ter mais uma vida pra viver — comentou.
Apesar da postura positiva, Gloria Maria reconheceu que tem sido um ano difícil e relembrou o momento em que descobriu o tumor.
— Meu Deus, que ano impensável é esse em que estamos vivendo. E a vida me pegou de jeito. Estava eu em casa, me senti mal depois de um jantar e caí. Fui ao hospital costurar a cabeça e, quando me deram o resultado do exame, tinha dado que eu estava com um tumor no cérebro. Foi como um caminhão passando por cima de mim. Graças a Deus eu escapei mais uma vez e já estou terminando a imunoterapia. Como eu sobrevivi, não sei, é só Deus quem sabe.
Gloria revelou que está acompanhada das filhas, Maria e Laura, durante o período de distanciamento social. Segundo ela, essa tem sido uma forma de aproximação entre as três:
— Estamos até nos conhecendo — disse, emocionada.
A jornalista também falou sobre as viagens que realizou para o Globo Repórter, programa no qual apresentou diversos lugares do mundo para os telespectadores. Entre eles, a Jamaica, onde apareceu fumando maconha, uma cena que ficou famosa depois, em memes na internet.
— Eu fumei aquele negócio na mais radical e pura comunidade rastafari da Jamaica. Nós negociamos três meses, assinamos um papel dizendo que a gente respeitaria todos os regulamentos, inclusive rezar na entrada e fumar na saída. Depois que a gente saiu de lá, ficamos na recepção do hotel por umas cinco, seis horas, sem conseguir voltar para o quarto. Ninguém sabia onde estava. Até hoje, não sei se eu voltei.
Relembrando os momentos em que cobria política, Gloria disse que era perseguida pelo ex-presidente João Figueiredo por ser negra. Ela também comentou as recentes polêmicas em que o governo Bolsonaro está envolvido. Ao ser questionada sobre o que faria se um presidente de uma ditadura a mandasse calar a boca, ela respondeu:
— Eu não me calaria nunca. Eu diria para ele: "vamos conversar, vamos falar juntos. Eu pergunto e você responde. Às vezes, eu penso que não é possível que estou vivendo para ver e ouvir isso tudo. Vai além de qualquer imaginação. Política, para mim, é uma coisa de nível tão alto e o que estou vendo agora é de uma tristeza... Graças a Deus não cubro mais política, porque eu já teria apanhado ou teria batido, com certeza.