
O diretor Carl Rinsch foi preso em Nova York, na terça-feira (18), sob acusações de fraude e lavagem de dinheiro.
De acordo com a AP, ele utilizou US$ 11 milhões (aproximadamente R$ 62,5 milhões) da Netflix, que seriam destinados a uma série de ficção científica, para investir em criptomoedas, carros de luxo e outros itens pessoais.
O contrato inicial envolveu a compra de uma série ficcional chamada White Horse, escrita por Rinsch, por US$ 44 milhões (cerca de R$ 250 milhões). O diretor pediu mais US$ 11 milhões adicionais após a compra, para "concluir a produção".
A série trocou de nome para Conquest e chegou a ser gravada por parte do elenco em São Paulo, em 2023. Keanu Reeves e Bruna Marquezine compunham a produção, que não teve os episódios finalizados e foi cancelada.
O New York Times confirmou a informação por meio de uma matéria extensa que sublinhou também que o roteiro sequer foi finalizado.
Gastos
Ele transferiu o montante adicional de US$ 11 milhões para uma conta pessoal e o investiu em uma série de empreendimentos que fracassaram.
Segundo o jornal norte-americano, o cineasta perdeu metade da quantia em dois meses. A metade restante foi investida em criptomoedas que renderam lucros.
Rinsch utilizou da quantia ganha em itens pessoais, de acordo com os promotores do caso: US$ 1,8 milhão em contas do cartão de crédito, US$ 1 milhão em advogados para "processar a Netflix por mais dinheiro", US$ 3,8 milhões em móveis e antiguidades e US$ 2,4 milhões em cinco carros Rolls-Royce e uma Ferrari.
Ele também usou US$ 652 mil na compra de relógios e roupas.
Prisão
Detido em West Hollywood, na Califórnia, o diretor teve uma audiência inicial na terça-feira (18) e compareceu ao tribunal de Los Angeles.
Ao juiz Pedro V. Castillo, Rinsch comentou que "entendia as alegações" e pagou uma fiança de US$ 100 mil dólares que assegurava sua presença na próxima audiência em Nova York, onde ele foi indiciado.
À época da denúncia do NYT, em 2023, o diretor criticou a matéria por "questionar sua sanidade mental". Rinsch é responsável por uma única produção, o filme 47 Ronin, de 2013.
Também ao jornal, a Netflix alegou que a empresa forneceu todo o apoio à série, mas optou pelo cancelamento após perceber que ela nunca seria finalizada.
— Depois de muito tempo e esforço, ficou claro que Rinsch nunca iria concluir o projeto que concordou em fazer — disse um porta-voz do serviço de streaming, Thomas Cherian.