Localizado em três casas na Rua João Alfredo, na Cidade Baixa, o Espaço Cultural 512 está buscando compradores ou sócios para as operações da empresa. Os proprietários do estabelecimento, Guilherme Carlin e Rafael Corte, pretendem vender ou abrir para a entrada de mais sócios. De qualquer maneira, o espaço não deve ser fechado — o plano é que siga funcionando mesmo que não consiga investidor.
O Espaço Cultural 512 está com as atividades suspensas desde fevereiro, quando todo o Estado entrou na bandeira preta. Em 2020, o estabelecimento foi fechado em março e reabriu em dezembro. Neste momento, o local está alugando sua cozinha entre os turnos da manhã e tarde para o Restaurante Ojas, que atende por delivery.
— Com essa locação, temos uma tranquilidade maior de manter a operação da noite suspensa. A situação não é muito favorável para uma reabertura. Acreditamos que não é o momento ainda de colorir o mapa do Rio Grande do Sul — diz Carlin.
Logo que a pandemia surgiu, a equipe de seis funcionários do Espaço Cultural 512 foi desligada. O momento era de bastante incerteza. Segundo Carlin, foi uma decisão difícil, com rescisões pesadas. Em seguida, saiu o alvará da prefeitura para o espaço operar como casa noturna, algo que já tramitava há quatro anos. Então, os proprietários decidiram buscar um financiamento para reformar o local, adequando às novas exigências de segurança, já pensando nas situações de distanciamento social.
— Não valeria a pena a gente ter nadado tantos anos e morrer na praia. Encerrar as atividades logo após nosso projeto ser aprovado — pontua Carlin.
De acordo com os sócios, o ponto e o patrimônio estão avaliados em R$ 1,2 milhão, mas o valor da venda é de R$ 800 mil — incluindo um passivo de R$ 550 mil com financiamentos feitos no ano passado. Se o comprador assumir o passivo e pagar a diferença, será possível parcelar o financiamento. Mais informações sobre a venda podem ser esclarecidas pelo e-mail espacocultural512@gmail.com.
Conforme Carlin, a venda das operações do Espaço Cultural 512 vai ao encontro da necessidade dos sócios de se dedicarem a outros negócios. O empresário, por exemplo, também tem a Cachaça da Chica.
— Sempre foi um negócio que investi e apostei muito, mas que estava ficando em paralelo. Agora estou me preparando para exportação da cachaça para Portugal no ano que vem — relata Carlin.
Para os sócios, a ideia de encerrar as atividades do Espaço Cultural 512 está descartada. Eles não pretendem abrir mão do patrimônio.
— Nós não consideramos fechar porque sabemos do ativo que temos. É um setor que talvez seja um dos últimos a retomar as atividades plenamente, mas é uma área com uma boa margem lucrativa, que tem uma demanda represada por conta da quarentena. Quando retornar, vai ser um negócio com bom potencial para ser explorado — avalia Carlin.
Tendo suas portas abertas em 2006, o Espaço Cultural 512 completa 15 anos em outubro. Se não houver interessados na compra ou na parceria até lá, os sócios garantem que farão o necessário para manter a empresa ativa.
Ao longo desses anos, a casa se caracterizou por ser um local que agregava entretenimento noturno, gastronomia e atividades culturais. Antes da pandemia, o local era palco para shows, recebia exposições, abrigou atrações de festivais como Fantaspoa, entre outras manifestações artísticas e socioeducativas.