Correção: a personagem da gaúcha Vivian Severo não luta contra a escravidão, como publicado entre 23h21min do dia 20 de outubro e 9h20min de 25 de outubro. O texto já foi corrigido.
Super-heróis, fada madrinha, bruxos e outras dezenas de personagens e criaturas da cultura pop tomaram o Centro de Eventos FIERGS neste sábado (19) e domingo (20) para a 29ª edição da Animextreme, o maior evento geek do sul do país. Pelos corredores, estandes com itens que alimentam o imaginário de pessoas de todas as idades e sorrisos por todos os lados.
No palco, no fim da tarde deste domingo, os olhos se voltaram para o concurso de cosplay, que premiava o campeão com uma viagem para o Japão. A partir daí, foi a consagração de diferentes ícones dos games, animes e do cinema - até a fada madrinha de Shrek foi interpretada por uma das candidatas.
Entre os competidores, estavam a catarinense Renata Melo, 28 anos, que veio de Joinville especialmente para o evento. Em seu currículo, já estão mais de 40 cosplays montados e o deste domingo era a Chapeuzinho Vermelho, do game SinoAlice. Um detalhe: a personagem tem um ar mais dark. de psicopata. Em sua apresentação no Animextreme, ela matava o próprio lobo mau a machadadas.
— Na infância, escutei muitas vezes o conto original através da minha mãe e, quando comecei a jogar, a Chapeuzinho me chamou muito a atenção — explica Renata, que gastou mais de R$ 600 para a produção do cosplay - um vestido de alumínio e um cajado alto com um crânio no topo. Toda a trabalheira deu certo: ela faturou o terceiro lugar na competição.
Válvula de escape
A experiência de Renata, por exemplo, é um dos exemplos de "carreira de cosplay" para a gaúcha Vivian Severo, 27, que se participou do torneio com o traje completo de Raphtalia, da série japonesa Tate no Yūsha no Nariagari. Híbrido de um guaxinim com um ser humano, a personagem roubou a cena do anime por ser forte em sua trajetória.
— Ela é como a espada do protagonista Naofumi Iwatani. Não é uma garota fraca e Raphtalia se une a ele para dar um troco na vida — explica Vivian.
Para fazer a apresentação, ela se inspirou também na Jasmine, principalmente na versão que está no live-action de Aladdin, lançado neste ano pela Disney. As duas são consideradas complementares em seu conceito, segundo Vivian, na performance.
Vivian estima que gastou aproximadamente mil reais Na roupa de Raphtalia. Agora, ela irá desfrutar da premiação: uma viagem com tudo pago ao Japão, país que é considerado um dos seus sonhos de vida, já que é fã de animes desde a infância, como Cavaleiros do Zodíaco.
— Animes são a minha história. Sempre assistia aos desenhos e pensava em montar essas fantasias. Por trabalhar como professora de inglês, montar cosplay se tornou uma válvula de escape na minha vida. E, sério, eu não tinha ganhado nem uma medalha até hoje (risos) — garante.
Por onde passava pela Animextreme, a gaúcha conta que "sentiu nos olhos das pessoas" que é admirada por seu cosplay. Isso a estimula a continuar com novas produções:
— Tirar foto com as pessoas é melhor que qualquer palco. Teve uma senhorinha que me esperou mais de uma hora só para fazer uma selfie comigo. A gente é "ninguém" todos os dias, e aí chegamos aqui e provamos que estamos vivos mesmo, não somos aquele "feijão com arroz" de sempre, sabe?! O cosplay liberta — finaliza.